quarta-feira, 18 de junho de 2014
Autismo político no Palácio do Bom Conselho?
Carta de um leitor de Curitiba e o início de uma autocrítica que só pode ser feita na prática do dia-a-dia
www.jornalcontato.com.br
|
Ao
Editor e Jornalista responsável do Jornal Contato
PEDRO
VENCESLAU
Refiro-me a matéria publicada na Edição
de 11 de junho de 2014
Autismo político no Palácio do
Bom Conselho?
Senhor Editor.
Observei
na matéria de título acima que foi utilizada a palavra “autismo” para
caracterizar, pessoas públicas da sua cidade, como uma característica
desqualificante.
Uma
vez que não há identificação do autor, repórter presumo, ele fica isento da
responsabilidade de ler o que não quer, já que escreveu a seu ver o que quis,
porém, sabemos que nestes casos sempre sobra para o editor, que direta ou
indiretamente expõe seus conhecimentos sobre autismo do seu ponto de vista, a
nosso ver equivocado e discriminatório.
Ao
redigir esta mensagem, não quis repetir a identificação dos vereadores de
Taubaté, expostos na sua matéria, para não reativar a lavanderia de roupas
sujas de suas alegações, que mesmo sendo infundadas, não constituiriam crime, pois
compreensíveis são vítimas da democracia que eles entendem, cheia de feridas não
cicatrizadas. Culpa das conveniências que eles mesmos ambicionam e geram para
si.
A
matéria ratifica as diferenças abissais entre o prefeito anterior e o atual de
Taubaté como uma maldição palaciana que segue a mesma trilha, embora se esforce
para manter as aparências ao revelar “sintomas de autismo político” como se a
síndrome fosse o mal que assola a administração da sua cidade provocando o descompasso
entre os poderes.
Não
seria nada inconveniente se o prefeito, atual, se munisse de rezas e patuás para
se blindar da inveja, pragas e calúnias expressas pelos vereadores que geraram a
matéria em pauta, que comparadas a intrigas de esquina são inócuas, alegações
infundadas, pois sequer são vitimas do seu opositor político.
Senhor
editor, AUTISMO não é uma maldição que possa se abater sobre este ou aquele,
pois nada tem a ver com incompetência.
Para
seu conhecimento e dos leitores do Jornal Contato que não sabem, sem
generalizar é claro, até por achar que é uma palavra diferente, principalmente
para estigmatizar pessoas, a realidade do AUTISMO, está catalogada no Código
Internacional de Doenças - CID-10 (F81- F81. 0 - F81.1 - F81.2 - F81.3 - F81.8 e
F81.9). Se não lhe for enfadonho, ou julgar uma perda de tempo, não precisa ser
com profundidade, mas sugiro que leia estas definições.
O
AUTISMO é fundamentalmente uma forma particular de se situar no mundo e,
portanto, de se construir uma realidade para si mesmo. Associado ou não a
causas orgânicas. O autismo é reconhecível pelos sintomas que impedem ou
dificultam seriamente o processo de entrada na linguagem para uma pessoa, desde
criança, a comunicação e o laço social.
As
estereotipias, as ecolalias, a ausência de linguagem, a autoagressividade, os
solilóquios, a insensibilidade à dor ou a falta de sensação de perigo, são
alguns dos sintomas que mostram o isolamento da criança ou do adulto em relação
ao mundo que o rodeia e sua tendência a bastar-se a si mesmo.
Eu estou
escrevendo para o senhor como cidadão preocupado e pai de um filho diagnosticado
com autismo. Esta ação é mais uma busca de ajuda para que a sociedade entenda o
que é autismo e como estas pessoas podem ter uma qualidade de vida imensamente
maior SE além de receberem a apropriada ajuda, haja conscientização e se criem
meios de utilização das políticas públicas de saúde, sem discriminação e sem
preconceito.
Existe
uma imensurável polêmica nas possíveis causas do autismo, e exatamente neste
ponto é que o Jornal Contato poderia pautar suas informações, além da
necessidade de informação e conscientização para proteção e cuidados para qualquer
pessoa no espectro autista, no mínimo.
Rotular qualquer pessoa, não importa quem seja
como autista, além de representar ignorância sobre a síndrome, é um caso de
covardia e crueldade.
Quando citações
como a sua no Autismo
político no Palácio do Bom Conselho? sobre os prefeitos e vereadores de
Taubaté, comprova-se que: a síndrome de
falar asneira, também afetou quem tem nas mãos o poder de propor leis que levem
à melhoria da condição de vida das pessoas deficientes da mente, autistas ou
não.
Não tenho
conhecimento, mas o Jornal Contato já fez alguma reportagem sobre a existência,
causa, tratamento e consequências na cidade de Taubaté/Vale do Paraíba?
Além do
senhor, farei desta mensagem uma extensão aos vereadores e ao prefeito atual para
dizê-los que a síndrome do Autismo não é contagiosa e que eles enquanto
detentores da palavra na tribuna da Câmara ou fora dela, jamais a pronunciem
que não seja para contribuir com o que a cidade pode fazer pelas pessoas
naquela condição.
E diria a
este grupo de vereadores citados, que salvo engano meu: discriminação e
preconceito não caberiam na biografia deles, principalmente como jornalista e
professores que são, e que certamente tanto prezam.
Quanto à editoria do Jornal
Contato sugerimos que instrua ao seu repórter que a sociedade tem abismos que
convém não mexer nem provocar, sem conhecimento de causa. Ele não se deu conta
disso, talvez por falta de conhecimento, ou experiência jornalística de cutucar
bichos que todo pai de autista traz na alma.
A condição autista que afeta nossos filhos, senhor
editor, não deve ser desejada ao seu pior inimigo, pois também é seu dever
evitar que ela venha se tornar um triste estigma. É uma síndrome que ainda não
tem cura.
Se o ex-prefeito, o atual e os vereadores
desta pauta sofrem de algum distúrbio comportamental, ou algum componente da
sua conjuntura política é isso ou aquilo, não nos cabe diagnosticar a doença.
Cabe-nos
sim, tentar impedir que nossos filhos sofram mais do que o inevitável.
Respeitosamente,
Nilton
Salvador
Pai de
Autista
Curitiba,
12 de junho de 2014
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FONTE:
http://jornalcontato.com.br/home/index.php/2014/06/17/autismo-politico-no-palacio-do-bom-conselho-2/
segunda-feira, 16 de junho de 2014
Criança autista terá tratamento especializado
Santa Casa de Misericórdia abre, em agosto, serviço inédito.
Pais também serão atendidos
Rio - Atendimento especializado, gratuito e com
profissionais de ponta para crianças com autismo. O serviço de psiquiatria da
Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro está com inscrições abertas para
receber pessoas de 3 a 12 anos de idade com o transtorno. O tratamento começa
em agosto.
Psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e médicos
farão o cuidado. Pequenos de 3 a 6 anos terão atendimento individual. A
novidade é que os responsáveis também participarão. A ideia é que eles aprendam
técnicas de estímulo para fazer com as crianças, fora do ambiente hospitalar.
Haverá ainda oportunidade de os pais conversarem com outros responsáveis que
passam pela situação.
Segundo Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria
Infantil da Santa Casa, para as crianças entre 7 e 12 anos o atendimento será
em grupo, a fim de desenvolver as habilidades sociais neles. “Teremos algo de
referência na Santa Casa. Os profissionais aplicarão o que há de mais moderno
no tratamento do autismo”, explica.
Como saber se o seu filho precisa de ajuda? Algumas
atitudes podem ser indícios de que é preciso procurar tratamento especializado.
Segundo Barbirato, para crianças de até seis meses, um sintoma é não apresentar
expressão de alegria. Para pequenos com um ano e quatro meses, um sinal pode
ser não falar nenhuma palavra.
“Em crianças mais velhas, temos o isolamento
social, passividade diante dos outros e abreviação de frases”, declara. Há
ainda a repetição incessante de movimentos, rotinas e incômodo diante de
mudanças.
PARA SE INSCREVER
O tratamento dura até o fim do ano. Serão 35 vagas
para crianças de até 6 anos e 40 vagas para pequenos de 6 a 12 anos. Inscrição:
2533-0118 e 2221-4896 (das 14h às 17h).
Em meninos e meninas, os sintomas são os mesmos,
mas o transtorno afeta mais crianças do sexo masculino, segundo Miguel Angelo
Boarati, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São
Paulo.
O diagnóstico precoce permite que sejam trabalhadas
as falhas de comunicação e de habilidades sociais desde muito cedo. “O ideal é
que se diagnostique antes dos três anos”.
Teste
Alguns sinais indicam o transtorno
A criança se interessa por bebês ou por outras
crianças?
a) Sim
b) Não
Seu filho costuma apontar com o dedo para alguma
coisa que esteja longe indicando interesse (ou para que um adulto olhe?
a) Sim
b) Não
Costuma trazer objetos para mostrar?
a) Sim
b) Não
Tem o hábito de imitar outras pessoas?
a) Sim
b) Não
A criança olha para você quando você a chama pelo
próprio nome?
a) Sim
b) Não
Se um adulto apontar para um brinquedo na sala, a
criança olha para o objeto?
a) Sim
b) Não
A criança costuma fingir que abraça uma boneca, que
alimenta um animal ou finge outras coisas?
a) Sim
b) Não
RESULTADO: A partir de 3 letras B, é necessário
passar pela avaliação de um médico. Somente um profissional pode dar o
diagnóstico.
Fonte:
Por: BEATRIZ SALOMÃO
http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2014-06-16/crianca-autista-tera-tratamento-especializado.html
sexta-feira, 13 de junho de 2014
Novo programa do Google quer melhorar auxílio aos portadores de autismo
A Autism Speaks, organização científica que auxilia
pessoas com autismo, anunciou nesta terça-feira (10) uma parceria com o Google
que visa criar o maior banco de dados do mundo com a intenção de buscar avanços
na compreensão, diagnóstico e tratamento do autismo e seus subtipos. As
informações são do site da Autism Speaks.
Para conseguir gerenciar e analisar os dados, a
Autism Speaks irá utilizar o Google Cloud Platform para gerir as informações e
criar uma biblioteca com informações genômicas de indivíduos com autismo e seus
familiares. A intenção é que seja possível sequenciar os genomas completos de
cerca de 10 mil pessoas.
A biblioteca está sendo estabelecida pela Autism
Speaks Ten Thousand Genomes Program (AUT10K) e, para o diretor de ciência da
Autism Speaks, Rob Ring, a iniciativa representa a possibilidade de
transformação na forma como o autismo é compreendido no mundo.
Ainda de acordo com Ring, esta é a
oportunidade-chave para mudar a forma como acontece a assistência a pessoas
afetadas pela doença.
FONTE:
Foto: Google
Matéria completa:
http://canaltech.com.br/noticia/ciencia/Novo-programa-do-Google-quer-melhorar-auxilio-aos-portadores-de-autismo/#ixzz34WKe6VF7
O conteúdo do Canaltech é protegido sob a
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insira créditos COM O LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de
nossa produção.
quinta-feira, 12 de junho de 2014
Servidor que tem filho com deficiência mental tem direito a carga horária menor
NOTA DO BLOG:
Observe que a decisão é para pessoa com deficiência.
Artigo 98 da Lei 8.112/1990
Decreto Legislativo 186 aprovou a “Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência”
Lei 7.853/1989
0-0-0-
Uma vez comprovado que o filho de um servidor tem
grave deficiência mental, exigindo assistência diuturna, ele faz jus à
concessão de horário especial sem necessidade de compensação. O entendimento,
pacificado na jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, foi
usado para garantir a uma servidora pública federal o direito de ter sua carga
horária de trabalho reduzida de 40h para 20h semanais para cuidar de seu filho,
portador da síndrome de Down. A decisão foi do desembargador federal Néviton Guedes.
Em primeira instância, o juiz condicionou a
alteração do horário à redução proporcional de sua remuneração. Ele embasou a
decisão no argumento de que a redução da jornada de trabalho sem a redução da
remuneração não tem amparo legal.
Entretanto, ao recorrer ao TRF-1, a servidora
afirmou ter comprovado no processo que seu filho, menor de idade, é pessoa com
deficiência física e necessita de acompanhamento constante. Essa condição
asseguraria o direito a obter redução da jornada laboral sem a redução da
remuneração. Ela ampara seu pedido no princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana e proteção à família.
O Decreto Legislativo 186 aprovou a “Convenção
sobre os direitos das pessoas com deficiência”, assinada em 30 de março de 2007
e ratificada pelo Brasil em agosto de 2008. O documento, entre outros pontos,
destaca a preocupação com o respeito pelo lar e pela família e, sobretudo, da
criança com deficiência, exigindo um padrão de vida e proteção social
adequados. Os direitos assegurados pela Convenção passaram a gozar do status de
direitos fundamentais, pois o documento equivale a uma emenda constitucional.
O artigo 98 da Lei 8.112/1990 concede horário
especial para o servidor com deficiência física sem a necessidade de
compensação. Entretanto, quanto ao servidor que tenha filho com deficiência
física, a legislação autoriza o horário especial à condição de haver
compensação de horário. Assim, o desembargador federal Néviton Guedes ressaltou
a necessidade de questionar se a Lei 8.112 ainda é compatível com o que
estabelece a Convenção.
“Esse regime diferenciado parece não atender ao
escopo de diversas normas constitucionais e àquelas veiculadas na Convenção
internacional sobre os direitos dos portadores de deficiência, à medida que
confere tratamento menos abrangente ao portador de deficiência sob os cuidados
do servidor do que ao servidor quando ele próprio é o portador da deficiência.
Com isso, estabelece injustificável tratamento preferencial ao adulto com
deficiência em relação à criança com deficiência”, afirmou.
O desembargador afirmou que a Lei 7.853/1989 já
assegurava a servidora o direito requerido, pois garante a pessoas com
deficiência, entre outros direitos, o tratamento prioritário da Administração
Pública federal, ao estabelecer que esta mesma Administração conferirá aos
assuntos relativos às pessoas com deficiência tratamento prioritário e
apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus
direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social.
Néviton Guedes entende que a redução de horário
mediante compensação remuneratória seria uma resposta ainda mais prejudicial
aos interesses da família da criança com deficiência e, certamente, não
atenderia constitucional e legalmente aos objetivos traçados, seja na Lei
9.853/1989, seja na Convenção ou na Constituição Federal.
“A criança portadora
de síndrome de Down necessita de cuidados especializados que lhe permitam
desenvolver, ao máximo, suas capacidades físicas e habilidades mentais.
Obviamente, esse tratamento tem custo elevado,
sendo inviável impor à recorrente redução de seus rendimentos, considerando que
tal ônus poderia, até mesmo, inviabilizar a continuidade desse tratamento”,
concluiu o desembargador. Ele concedeu à servidora a redução de horário para
20h semanais, sem compensação de horário ou redução remuneratória. Com
informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1.
Processo
513163320134010000
FONTE:
http://www.conjur.com.br/2014-mai-20/servidor-filho-deficiencia-direito-carga-horaria-menor
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Palestra "Autismo&Família" em Resende-RJ.
Claudia Moraes (Movimento Orgulho Autista Brasil - MOAB-RJ), convidada pela Secretaria Municipal de Resende/RJ,
ministrou para as professoras de AEE, equipe CEMAE, pais da AMAR e pais das
salas de recursos para autistas , a palestra "Autismo & Família".
"... Foi
um momento de troca muito rico, e mais uma forma de aproximar e integrar as
famílias e os professores.
Agradeço ao
Secretário Prof. Mário, as Coordenadoras Terezinha Saloto e Alessandra, a Sra
Rossilene do EDUCAR, a Pres. da AMAR Marisa Siqueira e a Vereadora Soraia
Balieiro que também esteve presente.
Agradeço a
força de sempre das super parceiras Raquel Vitorino e Vera Lucia Sekine,
presentes com a camisa do MOAB.
Agradeço a
importante presença das mães Rosane, Adriana e Janaína.
Por fim
agradeço a Prof. Alessandra pelas lindas flores e todo o carinho com que fui
recebida!"
-=--=-=-=--=-=-=-=-=---=--=-=-=-----=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Em São Paulo
aconteceu o 1º Congresso Brasileiro de Autismo aplicado ao Sistema Único de
Saúde (SUS).
MOAB na luta!
"NÃO" ao CAPS para o tratamento dos autistas.
FONTE:
http://orgulhoautistadf.blogspot.com.br/2014/06/claudia-moraes-moab-rj-ministra.html
Prefeitura implanta sala para estudantes autistas
A
Prefeitura, através da Secretária Municipal de Educação, professora Soraia
Balieiro, inaugurou nesta segunda-feira, 02, Dia de Conscientização sobre o
Autismo, a primeira sala de recursos na rede municipal voltada para o
atendimento educacional especializado ao estudante autista. A sala foi
implantada na Escola Abrahão Hermano Ribenboim (Cidade da Alegria) - foto.
Segundo a
coordenadora do CEMAE (Centro Municipal de Atendimento ao Educando), Terezinha
Salloto, atualmente estão incluídos nas escolas da rede municipal de ensino 14
estudantes autistas. A Sala de Recursos Especializada para o atendimento desses
estudantes já está funcionando há cerca de um mês, atende seis crianças, e tem
a capacidade para atender oito.
Os
autistas são atendidos no contraturno (período alternado ao horário do ensino
convencional) por uma profissional especializada no programa TEACCH (Treatment
and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children), um
programa especial de educação direcionado para as necessidades individuais de
aprendizado da criança autista.
- O método
escolhido para trabalhar nesta sala de recurso é o TEACCH, por valorizar o
aprendizado estruturado, dando importância a rotina e a informação visual. Todo
o ambiente da sala se apresenta organizado para que a criança tenha atenção nos
detalhes relevantes, facilitando assim a vida independente através de passos
que o preparam para o aprendizado - explicou Terezinha.
Considerado uma disfunção do desenvolvimento, o autismo é uma alteração
que normalmente afeta a capacidade de comunicação, socialização e de
comportamento do indivíduo. Algumas crianças apresentam inteligência e fala
intacta, mas outras demonstram problemas na linguagem.
Segundo um
levantamento divulgado em 2010 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o
problema afeta em torno de 70 milhões em todo o mundo. Numa pesquisa piloto
ocorrida há cerca de dois anos, numa cidade do interior paulista, constatou-se
que pelo menos uma entre 368 crianças na faixa etária de 7 a 12 anos é afetada
pelo autismo.
FONTE:
http://www.resende.rj.gov.br/secretaria_notDetalhes.asp?secretaria=28&cod=5805
http://www.resende.rj.gov.br/secretaria_notDetalhes.asp?secretaria=28&cod=5805
segunda-feira, 2 de junho de 2014
Por que dizer NÃO ao CAPS para tratamento de Autistas?
Por que falta
CAPACIDADE, CAPACITAÇÃO para fazê-los FUNCIONAR, e para tanto basta que os
recursos já disponíveis nos programas específicos para pessoas com deficiência
obedeçam à política pública, que inclua o AUTISMO.
- Por que CAPS foram criados para atender pessoas com transtornos mentais graves como a esquizofrenia, e dependentes do uso de crack, álcool, drogas lícitas e ilícitas, de todas as faixas etárias, não tendo dessa forma capacidade e capacitação para atender pessoas deficientes na condição de autista.
- Por que o CONADE passou a acusar comunidade autista no Brasil de discriminação em relação aos doentes citados aí em cima, quando foi descoberta a intenção subliminar de querer impor, o Artigo 3º - Alínea “C” do decreto de Regulamentação da Lei 12.764/12, que direciona os autistas para tratamentos manicomiais nos CAPS, para uma população estimada em dois milhões de pessoas naquela condição, quando na verdade não digeriu as denúncias.
Quanto
mais o CONADE erra, mais persiste no mesmo erro mantendo no texto da
regulamentação da Lei 12.764/12, a infeliz alínea “C”, criada pela iniciativa
privada, integrante do seu conselho, o que leva a honorabilidade da instituição
ser posta à prova.
A arquitetura de Elizabeth quer cidades inclusivas para autistas
Estudante americana de 23 anos desenvolveu um kit de ferramentas que quer ajudar os urbanistas, arquitetos e paisagistas a desenhar cidades que não discrimina.
A dimensão e a correria das cidades transformam-nas
em lugares pouco aconselháveis para pessoas com autismo. Elizabeth Decker
sabe-o por experiência próxima: Marc, o irmão mais novo de 19 anos, foi
diagnosticado com a doença há anos e é dependente da família para boa parte das
tarefas. Foi com o futuro do irmão na mente que a estudante de arquitetura
partiu para o seu trabalho de pós-graduação: podem as cidades ter um urbanismo
que as transforme em lugares que não discriminam adultos com esta doença?
A resposta
afirmativa da jovem de 23 anos está sustentada num kit de ferramentas que serve
como pesquisa exploratória para urbanistas, arquitetos e paisagistas poderem projetar
cidades mais inclusivas para adultos com perturbações do espectro do autismo
(PEA), uma disfunção do desenvolvimento que afeta o comportamento do indivíduo
e a sua capacidade de comunicar e sociabilizar. “Imagino cidades inclusivas
para indivíduos que vivem com autismo a incluírem serviços e programas próximos
uns dos outros, facilmente acessíveis para adultos com autismo”, explicou ao P3
Elizabeth Decker numa entrevista por Email.
Por exemplo?
“Espaços abertos e comida saudável devem estar a um ou dois quarteirões de uma
unidade de habitações a preços acessíveis. Serviços de transporte públicos
devem ligar essas unidades dentro das cidades.” Para pessoas com autismo, os
ambientes urbanos significam um acréscimo de confusão mental — sobrecarga
sensorial, transportes públicos inadaptados e escassez de espaços verdes são
alguns dos problemas.
Para os
entender melhor e sustentar a tese "A city for Marc: An inclusive urban
design approach to planning for adults with autism", Elizabeth entrevistou
adultos com PEA, médicos neurologistas e sociólogos. Top 5 de necessidades:
formação profissional, apoio à saúde mental e física, emprego, transporte
público e habitação acessível. Com estas premissas na cabeça, Elizabeth Decker
aplicou os princípios de um design inclusivo usando a cidade de Nashville, em
Tennessee, como caso de estudo.
A espaços “subutilizados”,
Elizabeth quer dar utilidade: por exemplo, se há um lote vago ao lado de um
ginásio poderia usar-se esse espaço para atender às necessidades de saúde de
pessoas com autismo.
A estudante
pensou habitação acessível conectada com serviços para autistas e mostrou que é
viável em modelos 3D. A investigação recolheu também uma série de links para
locais com alimentação saudável e aconselha a construção de instalações
dedicadas à formação profissional junto de outras de programas cívicos e
institucionais. Além disso, os espaços verdes devem ser reforçados de forma a
haver áreas onde o ruído urbano seja menos agressivo.
Estas
alterações a Nashville — e que podem ser readaptadas para outras cidades — não
significam “redesenhar cidades inteiras para esse grupo”, acautela: “As cidades
são feitas para serem diversas e são desenvolvidas com muitos esforços
individuais de empresários, comunidades e empresas.”
Através
deste projeto, Elizabeth quer conhecer melhor o irmão, cujo autismo estará
situado no espectro médio. “A minha família é afortunada por ter o Marc, porque
às vezes as atitudes inocentes dele conseguem simplesmente melhorar o nosso
humor”, disse, acrescentando que o irmão sonha trabalhar numa padaria quando
terminar a escola.
“Não chega
ver a cidade por blocos e sugerir construir um edifício ou um parque. Sem a
visão de uma cidade inclusiva como um todo, o design falha na tentativa de
ligar com sucesso as necessidades de um adulto com autismo”, acredita. O
autismo é uma doença genética, sem cura, que afeta uma em cada 68 crianças nos
EUA, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Em Portugal não há números conclusivos.
FONTE:
Texto - Texto de Mariana Correia Pinto
Texto - Texto de Mariana Correia Pinto
http://p3.publico.pt/cultura/arquitectura/12332/arquitectura-de-elizabeth-quer-cidades-inclusivas-para-autistas
Foto: JIM YOUNG/REUTERS
sexta-feira, 30 de maio de 2014
Jovens com deficiência ganham espaço em restaurantes italianos
Cantinas e pizzarias vêm contratando jovens com
síndrome de Down e autismo leve, mas rejeitando a conotação assistencialista.
Emanuele Raffaele, 24, está aprendendo a culinária
observando o chef de seu restaurante
(Foto: Erika
Zidko/BBC)
|
Jovens com deficiência intelectual, síndrome de
Down e autismo leve têm conquistado espaço profissional em novas cantinas e
pizzarias italianas, que tentam expandir sua contratação para todo o país.
Muitos desses restaurantes são criados por
associações e cooperativas, já incorporando a mão de obra de jovens com
deficiência que passaram por cursos de especialização.
Só na Locanda dei Girasoli, em Roma, 15
funcionários com necessidades especiais trabalham na cozinha, servindo às mesas
ou na fabricação de doces.
Graças ao sucesso da experiência, os responsáveis
estão abrindo outras filiais do restaurante, uma delas em Palermo, na Sicília,
e pensam em transformar a ideia numa franquia.
"Recebemos diversos pedidos de consultoria por
parte de associações e restaurantes interessados em adotar o nosso modelo.
Estamos criando um protocolo com ajuda de especialistas de diferentes setores,
porque não se trata de um sistema para atrair clientes ou para fazer
assistencialismo", disse à BBC Brasil o presidente da Cooperativa Social Síntese,
responsável pela gestão do local, Enzo Rimicci.
"É muito importante evitar especulações. Nosso
objetivo é o acesso efetivo desses jovens ao mercado de trabalho",
afirmou.
No restaurante, os funcionários portadores de
deficiência têm o mesmo tratamento previsto aos trabalhadores da categoria.
"São todos remunerados, inclusive os estagiários. Assim como os demais,
eles também recebem treinamento e têm horário de trabalho e funções
específicas", disse Rimicci.
Como em qualquer atividade comercial, os empregados
passam por um processo de seleção. "O trabalho em restaurantes requer
agilidade. É preciso dizer sem rodeios que são pessoas com deficiências
cognitivas e que nem todas são aptas a realizar este tipo de atividade",
explica.
"Os que não superam o período de prova certamente
poderão realizar um outro trabalho. Há sempre uma oportunidade para
todos".
Boa comida e integração social
Para o ajudante de cozinha Emanuele Raffaele, jovem
de 24 anos com síndrome de Down, o segredo da boa cozinha é o cuidado com os
ingredientes.
"Para preparar algo bom é necessário lavar bem
as hortaliças e verduras, saber cortar as partes duras ou eliminar as folhas
ruins". Para ele, poder trabalhar na cozinha é uma conquista e o próximo
passo é aprender a preparar peixes. "Vejo tudo com os olhos, depois
memorizo e repito tudo o que o chef faz", disse à BBC Brasil.
Viviana Ponzelli, 39, é garçonete no local há oito anos e portadora da síndrome de Down (Foto: Erika Zidko/BBC) |
Segundo a mãe de Emanuele, Antonella Marrazzi, o
trabalho no restaurante tem ajudado o filho a amadurecer. "Vejo que a cada
dia ele adquire mais segurança no modo de relacionar-se com os colegas e com os
chefes no seu trabalho. Hoje ele se sente importante", disse.
Entre os funcionários especiais, a mais antiga da
casa é Viviana Ponzelli, garçonete de 39 anos e portadora de Down, que trabalha
no local há oito anos. "Preparo a mesa e sirvo os clientes. Estou bem
aqui", contou.
"Se os clientes vissem que os portadores de
deficiência estão no nosso restaurante sem fazer nada, pensariam que estão
fazendo beneficência. Não é o nosso caso. As pessoas vêm ao nosso local porque se
come bem e porque há jovens com algumas dificuldades fazendo o próprio
trabalho", afirma o responsável pelo restaurante.
Em toda Itália
Outro local em Roma a empregar pessoas com
deficiências intelectuais é a Trattoria degli Amici, localizado no bairro de
Trastevere. Em Florença o restaurante I ragazzi del Sipario abre apenas para
almoço, enquanto em Milão o serviço de catering do Laboratório Procaccini
Quattordici deve ser reservado com muita antecedência.
Em Modena, o La Lanterna di Diogene emprega jovens
com síndrome de Down inclusive na própria horta.
Aberto em Turim em 2008, o Caffè Basaglia também
conta com funcionários especiais. O nome é uma homenagem ao psiquiatra Franco
Basaglia, responsável pela lei de 1978 que aboliu os manicômios na Itália em
favor da criação de redes de serviços territoriais de assistência às pessoas
com distúrbio mentais.
FONTE:
da BBC
da BBC
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/jovens-com-deficiencia-ganham-espaco-em-restaurantes-italianos.html
terça-feira, 27 de maio de 2014
A chacina do bom senso
Por Lucio Carvalho
Nova chacina cometida em solo norte-americano
viraliza noções erradas sobre o autismo, doença mental e homicídios. Na última
sexta-feira (23/05), um novo episódio de violência pessoal atingiu o solo
norte-americano naquilo que parece ser a continuação de um filme, exceto que
não se trata de um filme, mas de uma realidade cruel que acabou com a vida de
pelo menos seis pessoas, além de ter ferido outras tantas. Como todos os
homicídios, uma violência abominável e, pelo menos aparentemente, absolutamente
desnecessária e injustificável. O autor dos homicídios, um jovem de 22 anos
chamado Elliot Rodger, é o mais novo monstro da América, que parece reciclar de
tempos em tempos personagens dessa realidade mais sombria que os mais sombrios
filmes do seu cinema.
Elliot Rodger, o homicida, está morto também. Ele
pode ter sido morto no tiroteio que trocou com a polícia de Isla Vista,
Califórnia, ou pode ter tirado a própria vida. Seu gesto, serial, repete o de
outros homicidas, tais como James Eagan Holmes que, em 2012, executou 12
pessoas em uma exibição do filme Batman: o cavaleiro das trevas em Denver,
Colorado (ver aqui) ou com o personagem Kevin, do livro e filme Vamos falar
sobre Kevin?, baseado em dezenas de relatos semelhantes estudados pela
escritora Lionel Shriver.
Algo mais que a evidente tragédia e semelhantes
coincidências acaba por remeter um crime ao outro. No caso de Elliot, a
hipótese de uma forma de autismo, a síndrome de Asperger, estar por trás do
gesto foi apresentada pelo advogado da família, Alan Schifman (ver aqui). Não é
a primeira vez que a associação é feita nem que se debita ao diagnóstico a
causa direta de comportamentos homicidas.
Comportamento criminoso
Em 2012 ainda, em outra chacina – desta vez em
Newtown, Connecticut – quando, em uma escola, 26 pessoas foram mortas, os temas
também estiveram muito próximos. Muitas pessoas opinaram, entre jornalistas,
especialistas e familiares de pessoas com autismo. Isso aconteceu, no Brasil,
especialmente depois que uma psicóloga declarou ao vivo, no programa Domingão
do Faustão, da Rede Globo, que o comportamento poderia ser explicado pelo
diagnóstico. À época, familiares e entidades de pessoas com autismo expuseram
sua contrariedade com os argumentos apresentados, na tentativa de refutar a
associação que se estabelecia. Nas redes sociais, o assunto dominou inúmeras
discussões e os próprios meios de comunicação jogaram luz ao que as pessoas
diretamente envolvidas estavam discutindo a respeito.
É muito provável que, a respeito da nova
ocorrência, o mesmo volte a acontecer. A torrente de opiniões é incontrolável
e, dentre a torrente, é cada vez mais impreciso distinguir quem tem um pouco de
razão e quem já perdeu totalmente o bom senso. Visualizar o que familiares e as
próprias pessoas com autismo estão relatando é um passo fundamental no sentido
de evitar conclusões e generalizações apressadas e sem nenhum sentido. Os
especialistas podem e devem colaborar, mas tomá-los exclusivamente é um risco
considerável, já que em muitos casos sua perspectiva é apenas patologizante,
não veem a pessoa por trás do indivíduo e o sujeito tomado apressadamente pelo
rótulo, em explicações que não se aventuram a entender o evento além do seu
causador, confinando as causas à imprecisão que ronda tanto o autismo quanto as
doenças mentais, isso ainda hoje.
Some-se a isso o fato de que o assassino foi
apresentado pela própria família desta forma, talvez na esperança de atenuar ou
justificar a violência cometida. Mas um diagnóstico não comete crimes, quem os comete
são as pessoas. A tese de que existam assassinos ou psicopatas inatos é antiga,
remonta às teorias lombrosianas e aos precursores do criminalismo. Entretanto,
ainda hoje são objetos de polêmica. No caso de James Eagan Holmes, em Aurora,
acontecera o mesmo e, como o autor do crime permanece vivo, pleiteou-se a
apresentação do diagnóstico de doença mental como atenuante, como uma espécie
de álibi. Neste caso, a situação é um pouco distinta, mas não talvez o que se
procura ao vincular-se um comportamento criminoso a causas psicológicas.
Barbárie social
A confusão mais simples que é feita, nesses casos,
é entre o que seja autismo e o que seja doença mental. Postular uma hierarquia
de gravidade e periculosidade, mesmo na opinião de familiares, é um tipo de
crueldade que as pessoas não parecem importar-se em cometer. Não se trata de
que o autismo possa ser menos grave que a esquizofrenia (ou vice-versa) ou que
um dos diagnósticos seja causa de comportamentos violentos e o outro não, o
fato é que um não deveria ser o bode expiatório do outro. Além disso, talvez
seja necessário repetir, diagnósticos não cometem assassinatos. Quem os faz são
as pessoas e mesmo autistas e esquizofrênicos são sujeitos sociais, não são
essencialmente portadores de uma sintomatologia cujo comportamento pode ser
tomado como previsível.
Assim como debitar as razões de crimes violentos e
absurdos, como estes, diretamente a causas patológicas ou ao autismo
especificamente é uma temeridade irresponsável, aventar que pessoas autistas e
esquizofrênicas não possam cometer crimes é igualmente incompreensível. Podem e
cometem, como todas as pessoas, mas no seu caso parece querer-se embutir uma
espécie de razão iatrogênica, como se fossem pessoas fadadas a isso. Frente a
argumentações dessa espécie, é preciso duvidar e investigar um pouco mais os
contextos sociais e afetivos nos quais a violência explode de modo tão abissal.
Isso requer mais que cuidado com as pessoas, requer consideração pela pessoa
humana e, sobretudo, a consideração de que mesmo o autismo e a doença mental
constituem naturalmente a experiência humana.
Por outro lado, previsível mesmo é que uma
sociedade – deixemos os indivíduos e seus diagnósticos de lado por um instante
– que vende armas de fogo com a mesma facilidade que se vendem brinquedos ou
comida acabará por ter de encarar o resultado de acesso tão franqueado à
violência, mesmo que em situações bárbaras como são as chacinas. Se não é
possível evitar que eventualmente alguém tenha acesso a arsenais particulares
de eliminação, então a sociedade norte-americana- talvez a planetária – esteja
em um impasse ainda maior, pela necessidade de resolver uma cultura baseada em
padrões de força, ocupação e beligerância permanente. A existência de uma
barbárie social tampouco pode justificar crimes monstruosos como estes, mas a
pior chacina que se pode fazer é contra a possibilidade de criarem-se relações
humanas mais respeitosas. E isso, claro, a despeito de qualquer diagnóstico. Se
há uma tendência na estigmatização de criminosos assim, não é possível recusar
a violência inerente ao próprio estigma social do qual, mais ou menos
diretamente, todos continuamos a dar causa.
FONTE:
CADERNO DA CIDADANIA
MÍDIA & PRECONCEITO
Lucio Carvalho é coordenador-geral da Inclusive –
Inclusão e Cidadania e autor de Morphopolis
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segunda-feira, 26 de maio de 2014
Os benefícios da equoterapia
Movimentos do cavalo auxiliam no resgate do equilíbrio e da coordenação motora, afetados por doenças como o Mal de Parkinson e outras síndromes.
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Há meses sob o tratamento conduzido pela instrutora Dora Alho, Nicolas, de 3 anos, já consegue sentar e controlar o tronco |
O uso do cavalo como método terapêutico, sobretudo
para os que buscam o desenvolvimento de pessoas com algum tipo de deficiência,
está se mostrando eficaz também para pessoas diagnosticadas com doença de
Parkinson. A doença degenerativa, provocada por uma disfunção dos neurônios,
prejudica progressivamente os movimentos e a coordenação.
O representante comercial Joel de Arruda, 61, que há
oito anos descobriu ter a doença de Parkinson, não imaginava que o gosto pelo
hipismo um dia o levaria à terapia complementar contra a doença. Após ser
diagnosticado e perder o emprego, Joel pensou também em abandonar o hipismo,
até ser informado que a equoterapia poderia ajudá-lo.
INDICAÇÕES
Tratamento também pode ajudar vítimas de AVC e
outras doenças
A equoterapia é indicada para casos em que há
comprometimento neuromotor de origem encefálica ou medular. Pode ser aplicada
em pacientes com autismo, paralisia cerebral, infartados, pessoas com problemas
circulatórios, psíquicos, vítimas de AVC ou que tenham deformidade de membros,
deficiências auditiva, visual ou na fala. É indicada também para crianças
hiperativas ou que têm desvio de atenção, pelo fato de a atividade exigir
grande concentração.
Síndromes
O tratamento de síndromes também pode ser
complementado com a terapia. É o caso de Nicolas Felipe Pereira, 3 anos, que
sofre de síndrome de Angelman, doença caracterizada pelo atraso no
desenvolvimento intelectual e dificuldades na fala.
A dona de casa Eliane da Silva Refundini, 38, mãe de
Nicolas, conta que o filho foi diagnosticado aos 2 anos de idade. Ele não
andava nem falava. A mãe conta que, no início, o tratamento indicado pelo
fisioterapeuta lhe causou desconfiança, mas em dois meses começou a perceber
mudanças positivas no comportamento da criança. Hoje, segundo ela, o menino já
se senta sozinho, controla o tronco, e, com apoio, consegue até ficar em pé.
“Acredito que ele ainda vai andar sozinho”, comemora (RS).
Método
Segundo a instrutora de equoterapia Dóris Alho, o
método surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial. Os soldados voltavam para
casa com muitos problemas psicológicos e como havia um grande número de cavalos
no exército, muitos deles eram colocados para cavalgar. A partir daí começou-se
a observar progressos psicológicos e, algumas vezes, motores. Depois, estudos
foram comprovando os benefícios da equoterapia.
A terapia ocorre por meio da equitação, o ato de
cavalgar. Segundo a instrutora Dóris Alho, educadora física especializada em
equoterapia, a principal característica do tratamento é o movimento
tridimensional do cavalo, ou seja, o animal se move para cima, para baixo, para
as laterais, para frente e para trás. Movimentos globais, como esses, nenhum
outro aparelho consegue simular. Os principais benefícios são o desenvolvimento
do equilíbrio, da coordenação, melhor controle do tronco, desenvolvimento de
noção de espaço e do senso tátil.
A fisioterapeuta Marília Ramalho Assunção, que
ministra aulas de equoterapia, lembra que são atendidos pacientes de todas as
idades e a maioria dos que procuram a terapia tem comprometimento neurológico e
motor, mas alguns entram no programa apenas para buscar socialização. Ela diz
que a equoterapia teve um salto na procura nos últimos dez anos.
A instrutora Dóris Alho explica que a terapia é
apenas complementar ao tratamento, que deve reunir ainda o trabalho da
fonoaudiologia, da fisioterapia e da terapia ocupacional. “Alguém pode dizer
que sentiu melhora muito grande com a equoterapia, mas não foi só isso.
Melhorou porque tem um conjunto de terapias. Não dá para medir, mas ajuda
muito, especialmente no equilíbrio”, diz.
Essa melhora no equilíbrio foi percebida pelo
representante comercial Joel de Arruda. “Ajuda cem por cento”, comemora. Ele
conta que, além da condição física, sente-se melhor no campo emocional e,
principalmente, em relação os tremores causados pela doença de Parkinson. As
pernas dele também respondem melhor aos movimentos. “Às vezes queria movimentar
as pernas, correr, mas não consigo. A montaria força a trabalhar todos os
músculos da perna.”
O instrutor Paulo Roberto Vicente ressalta a
importância dos exercícios que passa a Joel Arruda, especialmente no
alongamento. Para ele, ajudar quem necessita com esse trabalho é gratificante.
FONTE:
RAFAEL SANCHEZ, ESPECIAL PARA O JL
http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1471413&tit=Os-beneficios-da-equoterapia
terça-feira, 20 de maio de 2014
Zoóloga desenvolve tratamento com cães para obesos, idosos e autistas
medicina veterinária e psicologia.
Tratamento gratuito é oferecido em projeto de
extensão de faculdade em AL.
Um projeto acadêmico multidisciplinar que já
atendeu mais de 100 pessoas em Maceió vem mostrando que o cachorro, além de
melhor amigo do homem, pode ser um bom terapeuta. Wendy, Shakira, Naomi,
Solara, Lava e Isis são alguns desses doutores de quatro patas que integram o
Focinhos Terapeutas e ajudam no tratamentos de obesos, idosos e crianças
autistas.
Zoóloga
entre monitoras e crianças autistas durante tratamento com cães
(Foto: Natália
Souza/G1)
Criado em 2011 pela zoóloga com especialidade em
treinamento físico, Maja Kraguljac, o projeto envolve estudantes dos cursos de
educação física, medicina veterinária, fisioterapia, psicologia, nutrição,
entre outros da área de saúde de uma faculdade particular do estado.
“A ideia surgiu quando eu ainda morava em Belo
Horizonte, e minha mãe desenvolveu um quadro de depressão. Notei que quando
compramos um cachorro ela começou a apresentar alguma melhora. Então pesquisei
sobre os benefícios que os animais podem trazer a pessoas com alguns tipos de
doenças, mas não fui além disso na época”, contou Maja.
Em 2011, já em Maceió, ela submeteu o então
pré-projeto de terapia assistida por cachorros a editais de projeto de extensão
da faculdade e deu certo. Além de já ter realizado mais de mil sessões
gratuitas, o Focinhos é tema de pesquisas anuais e já foi objetos de estudo em
artigos apresentados em congressos nacionais.
Interação com autistas
Os pequenos Heitor e Felipe, ambos de quatro anos e
com autismo de grau leve, interagiram durante quase 30 minutos com dois dos
Focinhos Terapeutas, em uma das sessões que o G1 acompanhou.
As instrutoras voluntárias estimulavam a
socialização das crianças passando a mão delas no pelo do cachorro, colocando o
pé dos meninos por cima da pata dos cães, que nem pareciam se incomodar com
todo aquele contato. Em vários momentos, as brincadeiras arrancaram gargalhadas
das crianças.
A mãe de Heitor, a psicopedagoga Silvia de Souza e
a mãe de Felipe, a servidora pública Márcia Vitorino, afirmaram notar leves
mudanças no comportamento desde o início do treinamento.
“Felipe tinha muito medo de animais, principalmente
de cachorro. Notei que agora esse medo diminuiu, ele fica menos estressado”,
contou Márcia. “Essa interação também é
ótima para a parte pedagógica, é um estímulo a mais”, afirmou Silvia.
Rodrigo é estimulado pelos monitores por
brincadeiras com a cadelinha
(Foto: Natália Souza/G1)
Em outra sala equipada com circuito cheio de
obstáculos, colchões, cordas Rodrigo, 8, interage com a cadela Solara.
Incentivado pelos dois instrutores, ele joga a bola para a cachorra pegar. “A
gente já tem um cachorro em casa e ele era mais estressado, agora fica mas
calmo”, contou a mãe de Rodrigo, Roseana Xavier.
Maja explica que os cães trazem muitos benefícios
no tratamento de crianças com autismo. “Os estudos científicos mostram que os
cães têm muita influência entre crianças autistas, devido ao estímulo da
socialização. Conseguir que um autista se concentre e olhe dois segundos nos
seus olhos já é uma grande conquista. E esse projeto mostra que essas crianças
começaram a interagir melhor com os pais e família, com o ambiente, melhoria no
contato visual”, afirmou.
Motivação para obesos
“As pesquisas também revelam que é mais fácil
emagrecer quanto se tem uma motivação, como por exemplo, sair para passear com
o cachorro, correr. Muitos vêm fazer exercício só por gostar de ter a presença
do cão”, explicou Maja.
Exercícios com cães estimulam obesos a levar
tratamento adiante
(Foto: Natália Souza/G1)
Segundo ela, alguns resultados do projeto apontam
que os obesos que participam das sessões com os cães já tiverem uma melhora na
frequência cardíaca e na pressão arterial. “Lembrando que a terapia assistida
por animais é uma terapia complementar, para dar certo é preciso outro conjunto
de fatores”.
A técnica de laboratório Verônica Lino, chegou a
pesar 105 kg, hoje com 101 kg, ela reconhece que está no caminho certo para
chegar a ter uma vida saudável. “Eu fui a pioneira do projeto. Estou
participando desde o início. Notei que na minha família as mulheres têm um
histórico de longevidade, minha avó chegou aos 103 anos, então eu quero
envelhecer com qualidade. Quero perder peso. Essa interação com animais é
ótima. Parece que tem dias que eles sentem o que estamos sentido”, afirmou.
Treinamento dos focinhos
Os 15 cães que participam das sessões às
terças-feiras em uma faculdade particular localizada no bairro do Farol, e na
Associação dos Amigos Autistas (AMA) às quartas-feiras, passaram por um
adestramento especial, segundo a coordenadora do projeto.
“Eles são adestrados para não ter problemas de
interagir com as crianças. Os cães precisam ser dessensibilizados, ou seja, se
eu puxar o rabo, puxar a orelha, colocar a mão na boca deles, eles não vão
morder”, explicou Maja.
Aline Fernandes Melo, instrutora do projeto e
graduanda do curso de medicina veterinária explicou que também é observada a
sanidade dos animais. “Ele é vermifugado, vacinado, passa por um treinamento e
há uma preocupação com a carga horária das sessões para não sobrecarregá-los.
Prezamos também pelo bem estar dos animais”, contou.
“O maior benefício é conseguir trazer uma qualidade
de vida melhor para essas pessoas por meio do contatos com animais e
conscientizá-las que a maioria dos nossos animais foi de rua. Esses bichinhos
podem fazer um lindo trabalho. Acabamos promovendo, inclusive, adoções e modificando comportamento. Gente
que não gostava de bichos, chega aqui e começa a gostar”
Para se inscrever no atendimento gratuito do
projeto Focinhos Terapeutas é só acessar o site do projeto (clicando aqui) ou
pela página de mesmo nome no Facebook.
Cães recebem treinamento e tratamento veterinário adequados
para o convívio com crianças (Foto: Natália Souza/G1)
|
FONTE:
Natália Souza
http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/05/zoologa-desenvolve-tratamento-com-caes-para-obesos-idosos-e-autistas.html
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