quarta-feira, 18 de junho de 2014

MOVIMENTO ORGULHO AUTISTA BRASIL - PRÊMIO ORGULHO AUTISTA 2014

PREMIO ORGULHO AUTISTA 

VENCEDORES DO IX PRÊMIO ORGULHO AUTISTA 2013/2014:

I - Livro Destaque:
MEU FILHO ERA AUTISTA - AUTORA: ANITA BRITO - ED. NBS CONSULTORIA - JANDIRA/SP
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II - Escola Destaque:
ESCOLA MUNICIPAL ABRAHÃO HERMANO RIBENBOIM - RESENDE/RJ
DIRETORA: MONICA VIEIRA DE AVILA BARBOSA
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III - Professor Destaque
TADEU MONTEIRO – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - UNB
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IV – Médico/Profissional de Saúde Destaque
CHRISTIAN MULLER – HOSPITAL DA CRIANÇA -  SUS - DISTRITO FEDERAL
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V - Psicólogo Destaque
1) LILIA JANBARTOLOMEI –Psicóloga Clínica- FORTALEZA/CE
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VI - Político Brasileiro Destaque
DEPUTADA FEDERAL ROSINHA DA ADEFAL - MACEIÓ/AL
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VII - Imprensa Rádio Destaque
MIGUELZINHO MARTINS – PROGRAMA ENFOQUE JURÍDICO - EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO
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 VIII - Imprensa Televisão Destaque
LÚCIA ABREU – PROGRAMA CENAS DO BRASIL - NBR
PROGRAMA EXIBIDO EM 07/02/13 SOBRE A LEI BERENICE PIANA.
https://www.youtube.com/watch?v=ZT7JCLhCvjQ
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IX - Imprensa Escrita - Revista Destaque
ANA PAULA FONTES - REVISTA CRESCER -AS CONQUISTAS DE UMA CRIANÇA AUTISTA - SP
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI220964-10496,00-AS+CONQUISTAS+DE+UMA+CRIANCA+AUTISTA.html
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X - Imprensa Escrita - Jornal Destaque
LUIZ FERNANDO VIANNA – FOLHA DE SÃO PAULO
O AUTISMO NA ERA DA INDIGNAÇÃO - PUBLICADO EM 17/03/2013
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1247106-o-autismo-na-era-da-indignacao.shtml
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XI - Imprensa Fotografia Destaque
FAUZER COSTA – CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL - DF
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202979294754984&set=gm.639084756172083&type=1&theater
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XII - Internet Destaque
CARLY FLEISCHMANN
https://www.facebook.com/carlysvoice
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XIII - Pessoa e Organização Não-Governamental Destaque
ALEXANDRA ONIKI - CIAAG- GUARULHOS- SP
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XIV - Pessoa e Órgão Público ou Empresa Privada Destaque
GIANO COPETTI – INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA    
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 XV - Atitude Destaque

TEMPLE GRANDIN - EUA
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Da mesma forma como ocorreu em todas as edições anteriores, o IX Prêmio Orgulho Autista 2013/2014, será entregue nos estúdios da Rádio Nacional, em Brasília, com transmissão ao vivo para todo o Brasil. Desta vez, a entrega será em 09 de outubro de 2014, Dia do Autismo no Orçamento 2014.

Muito obrigado.
Fernando Cotta - Presidente
Conselho Brasileiro do Prêmio Orgulho Autista

18 de Junho: DIA DO ORGULHO AUTISTA


Autismo político no Palácio do Bom Conselho?

Carta de um leitor de Curitiba e o início de uma autocrítica que só pode ser feita na prática do dia-a-dia
www.jornalcontato.com.br
Ao Editor e Jornalista responsável do Jornal Contato

PEDRO VENCESLAU

Refiro-me a matéria publicada na Edição de 11 de junho de 2014
Autismo político no Palácio do Bom Conselho?

Senhor Editor.
Observei na matéria de título acima que foi utilizada a palavra “autismo” para caracterizar, pessoas públicas da sua cidade, como uma característica desqualificante.
Uma vez que não há identificação do autor, repórter presumo, ele fica isento da responsabilidade de ler o que não quer, já que escreveu a seu ver o que quis, porém, sabemos que nestes casos sempre sobra para o editor, que direta ou indiretamente expõe seus conhecimentos sobre autismo do seu ponto de vista, a nosso ver equivocado e discriminatório.
Ao redigir esta mensagem, não quis repetir a identificação dos vereadores de Taubaté, expostos na sua matéria, para não reativar a lavanderia de roupas sujas de suas alegações, que mesmo sendo infundadas, não constituiriam crime, pois compreensíveis são vítimas da democracia que eles entendem, cheia de feridas não cicatrizadas. Culpa das conveniências que eles mesmos ambicionam e geram para si.
A matéria ratifica as diferenças abissais entre o prefeito anterior e o atual de Taubaté como uma maldição palaciana que segue a mesma trilha, embora se esforce para manter as aparências ao revelar “sintomas de autismo político” como se a síndrome fosse o mal que assola a administração da sua cidade provocando o descompasso entre os poderes.
Não seria nada inconveniente se o prefeito, atual, se munisse de rezas e patuás para se blindar da inveja, pragas e calúnias expressas pelos vereadores que geraram a matéria em pauta, que comparadas a intrigas de esquina são inócuas, alegações infundadas, pois sequer são vitimas do seu opositor político.
Senhor editor, AUTISMO não é uma maldição que possa se abater sobre este ou aquele, pois nada tem a ver com incompetência.
Para seu conhecimento e dos leitores do Jornal Contato que não sabem, sem generalizar é claro, até por achar que é uma palavra diferente, principalmente para estigmatizar pessoas, a realidade do AUTISMO, está catalogada no Código Internacional de Doenças - CID-10 (F81- F81. 0 - F81.1 - F81.2 - F81.3 - F81.8 e F81.9). Se não lhe for enfadonho, ou julgar uma perda de tempo, não precisa ser com profundidade, mas sugiro que leia estas definições.
O AUTISMO é fundamentalmente uma forma particular de se situar no mundo e, portanto, de se construir uma realidade para si mesmo. Associado ou não a causas orgânicas. O autismo é reconhecível pelos sintomas que impedem ou dificultam seriamente o processo de entrada na linguagem para uma pessoa, desde criança, a comunicação e o laço social.
As estereotipias, as ecolalias, a ausência de linguagem, a autoagressividade, os solilóquios, a insensibilidade à dor ou a falta de sensação de perigo, são alguns dos sintomas que mostram o isolamento da criança ou do adulto em relação ao mundo que o rodeia e sua tendência a bastar-se a si mesmo.
Eu estou escrevendo para o senhor como cidadão preocupado e pai de um filho diagnosticado com autismo. Esta ação é mais uma busca de ajuda para que a sociedade entenda o que é autismo e como estas pessoas podem ter uma qualidade de vida imensamente maior SE além de receberem a apropriada ajuda, haja conscientização e se criem meios de utilização das políticas públicas de saúde, sem discriminação e sem preconceito.
Existe uma imensurável polêmica nas possíveis causas do autismo, e exatamente neste ponto é que o Jornal Contato poderia pautar suas informações, além da necessidade de informação e conscientização para proteção e cuidados para qualquer pessoa no espectro autista, no mínimo.
 Rotular qualquer pessoa, não importa quem seja como autista, além de representar ignorância sobre a síndrome, é um caso de covardia e crueldade.
Quando citações como a sua no Autismo político no Palácio do Bom Conselho? sobre os prefeitos e vereadores de Taubaté, comprova-se que: a síndrome de falar asneira, também afetou quem tem nas mãos o poder de propor leis que levem à melhoria da condição de vida das pessoas deficientes da mente, autistas ou não.
Não tenho conhecimento, mas o Jornal Contato já fez alguma reportagem sobre a existência, causa, tratamento e consequências na cidade de Taubaté/Vale do Paraíba?
Além do senhor, farei desta mensagem uma extensão aos vereadores e ao prefeito atual para dizê-los que a síndrome do Autismo não é contagiosa e que eles enquanto detentores da palavra na tribuna da Câmara ou fora dela, jamais a pronunciem que não seja para contribuir com o que a cidade pode fazer pelas pessoas naquela condição.
E diria a este grupo de vereadores citados, que salvo engano meu: discriminação e preconceito não caberiam na biografia deles, principalmente como jornalista e professores que são, e que certamente tanto prezam.
Quanto à editoria do Jornal Contato sugerimos que instrua ao seu repórter que a sociedade tem abismos que convém não mexer nem provocar, sem conhecimento de causa. Ele não se deu conta disso, talvez por falta de conhecimento, ou experiência jornalística de cutucar bichos que todo pai de autista traz na alma.
 A condição autista que afeta nossos filhos, senhor editor, não deve ser desejada ao seu pior inimigo, pois também é seu dever evitar que ela venha se tornar um triste estigma. É uma síndrome que ainda não tem cura.
 Se o ex-prefeito, o atual e os vereadores desta pauta sofrem de algum distúrbio comportamental, ou algum componente da sua conjuntura política é isso ou aquilo, não nos cabe diagnosticar a doença.
Cabe-nos sim, tentar impedir que nossos filhos sofram mais do que o inevitável.
Respeitosamente,
Nilton Salvador
Pai de Autista
Curitiba, 12 de junho de 2014

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FONTE:
http://jornalcontato.com.br/home/index.php/2014/06/17/autismo-politico-no-palacio-do-bom-conselho-2/

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Criança autista terá tratamento especializado

Santa Casa de Misericórdia abre, em agosto, serviço inédito. 
Pais também serão atendidos
Rio - Atendimento especializado, gratuito e com profissionais de ponta para crianças com autismo. O serviço de psiquiatria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro está com inscrições abertas para receber pessoas de 3 a 12 anos de idade com o transtorno. O tratamento começa em agosto.
Psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e médicos farão o cuidado. Pequenos de 3 a 6 anos terão atendimento individual. A novidade é que os responsáveis também participarão. A ideia é que eles aprendam técnicas de estímulo para fazer com as crianças, fora do ambiente hospitalar. Haverá ainda oportunidade de os pais conversarem com outros responsáveis que passam pela situação.
Segundo Fábio Barbirato, chefe da Psiquiatria Infantil da Santa Casa, para as crianças entre 7 e 12 anos o atendimento será em grupo, a fim de desenvolver as habilidades sociais neles. “Teremos algo de referência na Santa Casa. Os profissionais aplicarão o que há de mais moderno no tratamento do autismo”, explica.
Como saber se o seu filho precisa de ajuda? Algumas atitudes podem ser indícios de que é preciso procurar tratamento especializado. Segundo Barbirato, para crianças de até seis meses, um sintoma é não apresentar expressão de alegria. Para pequenos com um ano e quatro meses, um sinal pode ser não falar nenhuma palavra.
“Em crianças mais velhas, temos o isolamento social, passividade diante dos outros e abreviação de frases”, declara. Há ainda a repetição incessante de movimentos, rotinas e incômodo diante de mudanças.
PARA SE INSCREVER
O tratamento dura até o fim do ano. Serão 35 vagas para crianças de até 6 anos e 40 vagas para pequenos de 6 a 12 anos. Inscrição: 2533-0118 e 2221-4896 (das 14h às 17h).
Problema afeta mais os meninos
Em meninos e meninas, os sintomas são os mesmos, mas o transtorno afeta mais crianças do sexo masculino, segundo Miguel Angelo Boarati, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O diagnóstico precoce permite que sejam trabalhadas as falhas de comunicação e de habilidades sociais desde muito cedo. “O ideal é que se diagnostique antes dos três anos”.


Teste
Alguns sinais indicam o transtorno
A criança se interessa por bebês ou por outras crianças?
a) Sim
b) Não
Seu filho costuma apontar com o dedo para alguma coisa que esteja longe indicando interesse (ou para que um adulto olhe?
a) Sim
b) Não
Costuma trazer objetos para mostrar?
a) Sim
b) Não
Tem o hábito de imitar outras pessoas?
a) Sim
b) Não
A criança olha para você quando você a chama pelo próprio nome?
a) Sim
b) Não
Se um adulto apontar para um brinquedo na sala, a criança olha para o objeto?
a) Sim
b) Não
A criança costuma fingir que abraça uma boneca, que alimenta um animal ou finge outras coisas?
a) Sim
b) Não
RESULTADO: A partir de 3 letras B, é necessário passar pela avaliação de um médico. Somente um profissional pode dar o diagnóstico.
Fonte:
Por: BEATRIZ SALOMÃO

http://odia.ig.com.br/noticia/mundoeciencia/2014-06-16/crianca-autista-tera-tratamento-especializado.html

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Novo programa do Google quer melhorar auxílio aos portadores de autismo


A Autism Speaks, organização científica que auxilia pessoas com autismo, anunciou nesta terça-feira (10) uma parceria com o Google que visa criar o maior banco de dados do mundo com a intenção de buscar avanços na compreensão, diagnóstico e tratamento do autismo e seus subtipos. As informações são do site da Autism Speaks.

Para conseguir gerenciar e analisar os dados, a Autism Speaks irá utilizar o Google Cloud Platform para gerir as informações e criar uma biblioteca com informações genômicas de indivíduos com autismo e seus familiares. A intenção é que seja possível sequenciar os genomas completos de cerca de 10 mil pessoas.

A biblioteca está sendo estabelecida pela Autism Speaks Ten Thousand Genomes Program (AUT10K) e, para o diretor de ciência da Autism Speaks, Rob Ring, a iniciativa representa a possibilidade de transformação na forma como o autismo é compreendido no mundo.

Ainda de acordo com Ring, esta é a oportunidade-chave para mudar a forma como acontece a assistência a pessoas afetadas pela doença.


FONTE:
Foto: Google
Matéria completa: http://canaltech.com.br/noticia/ciencia/Novo-programa-do-Google-quer-melhorar-auxilio-aos-portadores-de-autismo/#ixzz34WKe6VF7

O conteúdo do Canaltech é protegido sob a licença Creative Commons (CC BY-NC-ND). Você pode reproduzi-lo, desde que insira créditos COM O LINK para o conteúdo original e não faça uso comercial de nossa produção.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Servidor que tem filho com deficiência mental tem direito a carga horária menor

NOTA DO BLOG:
Observe que a decisão é para pessoa com deficiência.
Artigo 98 da Lei 8.112/1990
Decreto Legislativo 186 aprovou a “Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência”
Lei 7.853/1989
0-0-0-
Uma vez comprovado que o filho de um servidor tem grave deficiência mental, exigindo assistência diuturna, ele faz jus à concessão de horário especial sem necessidade de compensação. O entendimento, pacificado na jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, foi usado para garantir a uma servidora pública federal o direito de ter sua carga horária de trabalho reduzida de 40h para 20h semanais para cuidar de seu filho, portador da síndrome de Down. A decisão foi do desembargador federal Néviton Guedes.
Em primeira instância, o juiz condicionou a alteração do horário à redução proporcional de sua remuneração. Ele embasou a decisão no argumento de que a redução da jornada de trabalho sem a redução da remuneração não tem amparo legal.
Entretanto, ao recorrer ao TRF-1, a servidora afirmou ter comprovado no processo que seu filho, menor de idade, é pessoa com deficiência física e necessita de acompanhamento constante. Essa condição asseguraria o direito a obter redução da jornada laboral sem a redução da remuneração. Ela ampara seu pedido no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e proteção à família.
O Decreto Legislativo 186 aprovou a “Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência”, assinada em 30 de março de 2007 e ratificada pelo Brasil em agosto de 2008. O documento, entre outros pontos, destaca a preocupação com o respeito pelo lar e pela família e, sobretudo, da criança com deficiência, exigindo um padrão de vida e proteção social adequados. Os direitos assegurados pela Convenção passaram a gozar do status de direitos fundamentais, pois o documento equivale a uma emenda constitucional.
O artigo 98 da Lei 8.112/1990 concede horário especial para o servidor com deficiência física sem a necessidade de compensação. Entretanto, quanto ao servidor que tenha filho com deficiência física, a legislação autoriza o horário especial à condição de haver compensação de horário. Assim, o desembargador federal Néviton Guedes ressaltou a necessidade de questionar se a Lei 8.112 ainda é compatível com o que estabelece a Convenção.
“Esse regime diferenciado parece não atender ao escopo de diversas normas constitucionais e àquelas veiculadas na Convenção internacional sobre os direitos dos portadores de deficiência, à medida que confere tratamento menos abrangente ao portador de deficiência sob os cuidados do servidor do que ao servidor quando ele próprio é o portador da deficiência. Com isso, estabelece injustificável tratamento preferencial ao adulto com deficiência em relação à criança com deficiência”, afirmou.
O desembargador afirmou que a Lei 7.853/1989 já assegurava a servidora o direito requerido, pois garante a pessoas com deficiência, entre outros direitos, o tratamento prioritário da Administração Pública federal, ao estabelecer que esta mesma Administração conferirá aos assuntos relativos às pessoas com deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social.
Néviton Guedes entende que a redução de horário mediante compensação remuneratória seria uma resposta ainda mais prejudicial aos interesses da família da criança com deficiência e, certamente, não atenderia constitucional e legalmente aos objetivos traçados, seja na Lei 9.853/1989, seja na Convenção ou na Constituição Federal. 
“A criança portadora de síndrome de Down necessita de cuidados especializados que lhe permitam desenvolver, ao máximo, suas capacidades físicas e habilidades mentais.
Obviamente, esse tratamento tem custo elevado, sendo inviável impor à recorrente redução de seus rendimentos, considerando que tal ônus poderia, até mesmo, inviabilizar a continuidade desse tratamento”, concluiu o desembargador. Ele concedeu à servidora a redução de horário para 20h semanais, sem compensação de horário ou redução remuneratória. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1.

Processo 513163320134010000
FONTE:
http://www.conjur.com.br/2014-mai-20/servidor-filho-deficiencia-direito-carga-horaria-menor

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Palestra "Autismo&Família" em Resende-RJ.

 Claudia Moraes (Movimento Orgulho Autista Brasil - MOAB-RJ), convidada pela Secretaria Municipal de Resende/RJ, ministrou para as professoras de AEE, equipe CEMAE, pais da AMAR e pais das salas de recursos para autistas , a palestra "Autismo & Família".

"... Foi um momento de troca muito rico, e mais uma forma de aproximar e integrar as famílias e os professores.
Agradeço ao Secretário Prof. Mário, as Coordenadoras Terezinha Saloto e Alessandra, a Sra Rossilene do EDUCAR, a Pres. da AMAR Marisa Siqueira e a Vereadora Soraia Balieiro que também esteve presente.
Agradeço a força de sempre das super parceiras Raquel Vitorino e Vera Lucia Sekine, presentes com a camisa do MOAB.
Agradeço a importante presença das mães Rosane, Adriana e Janaína.
Por fim agradeço a Prof. Alessandra pelas lindas flores e todo o carinho com que fui recebida!"
-=--=-=-=--=-=-=-=-=---=--=-=-=-----=-=-=-=-=-=-=-=-=-=--=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Em São Paulo aconteceu o 1º Congresso Brasileiro de Autismo aplicado ao Sistema Único de Saúde (SUS).


MOAB na luta! "NÃO" ao CAPS para o tratamento dos autistas.

FONTE:
http://orgulhoautistadf.blogspot.com.br/2014/06/claudia-moraes-moab-rj-ministra.html

Prefeitura implanta sala para estudantes autistas

   A Prefeitura, através da Secretária Municipal de Educação, professora Soraia Balieiro, inaugurou nesta segunda-feira, 02, Dia de Conscientização sobre o Autismo, a primeira sala de recursos na rede municipal voltada para o atendimento educacional especializado ao estudante autista. A sala foi implantada na Escola Abrahão Hermano Ribenboim (Cidade da Alegria) - foto.
  Segundo a coordenadora do CEMAE (Centro Municipal de Atendimento ao Educando), Terezinha Salloto, atualmente estão incluídos nas escolas da rede municipal de ensino 14 estudantes autistas. A Sala de Recursos Especializada para o atendimento desses estudantes já está funcionando há cerca de um mês, atende seis crianças, e tem a capacidade para atender oito.
   Os autistas são atendidos no contraturno (período alternado ao horário do ensino convencional) por uma profissional especializada no programa TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication Handicapped Children), um programa especial de educação direcionado para as necessidades individuais de aprendizado da criança autista.
   - O método escolhido para trabalhar nesta sala de recurso é o TEACCH, por valorizar o aprendizado estruturado, dando importância a rotina e a informação visual. Todo o ambiente da sala se apresenta organizado para que a criança tenha atenção nos detalhes relevantes, facilitando assim a vida independente através de passos que o preparam para o aprendizado - explicou Terezinha.
   Considerado uma disfunção do desenvolvimento, o autismo é uma alteração que normalmente afeta a capacidade de comunicação, socialização e de comportamento do indivíduo. Algumas crianças apresentam inteligência e fala intacta, mas outras demonstram problemas na linguagem.
  Segundo um levantamento divulgado em 2010 pela ONU (Organização das Nações Unidas), o problema afeta em torno de 70 milhões em todo o mundo. Numa pesquisa piloto ocorrida há cerca de dois anos, numa cidade do interior paulista, constatou-se que pelo menos uma entre 368 crianças na faixa etária de 7 a 12 anos é afetada pelo autismo.

FONTE:
http://www.resende.rj.gov.br/secretaria_notDetalhes.asp?secretaria=28&cod=5805

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Por que dizer NÃO ao CAPS para tratamento de Autistas?

Por que falta CAPACIDADE, CAPACITAÇÃO para fazê-los FUNCIONAR, e para tanto basta que os recursos já disponíveis nos programas específicos para pessoas com deficiência obedeçam à política pública, que inclua o AUTISMO.
  • Por que CAPS foram criados para atender pessoas com transtornos mentais graves como a esquizofrenia, e dependentes do uso de crack, álcool, drogas lícitas e ilícitas, de todas as faixas etárias, não tendo dessa forma capacidade e capacitação para atender pessoas deficientes na condição de autista.
  • Por que o CONADE passou a acusar comunidade autista no Brasil de discriminação em relação aos doentes citados aí em cima, quando foi descoberta a intenção subliminar de querer impor, o Artigo 3º - Alínea “C” do decreto de Regulamentação da Lei 12.764/12, que direciona os autistas para tratamentos manicomiais nos CAPS, para uma população estimada em dois milhões de pessoas naquela condição, quando na verdade não digeriu as denúncias.
Quanto mais o CONADE erra, mais persiste no mesmo erro mantendo no texto da regulamentação da Lei 12.764/12, a infeliz alínea “C”, criada pela iniciativa privada, integrante do seu conselho, o que leva a honorabilidade da instituição ser posta à prova.


 Só queremos que nossos filhos não sofram mais do que o  inevitável.



A arquitetura de Elizabeth quer cidades inclusivas para autistas

Estudante americana de 23 anos desenvolveu um kit de ferramentas que quer ajudar os urbanistas, arquitetos e paisagistas a desenhar cidades que não discrimina.
A dimensão e a correria das cidades transformam-nas em lugares pouco aconselháveis para pessoas com autismo. Elizabeth Decker sabe-o por experiência próxima: Marc, o irmão mais novo de 19 anos, foi diagnosticado com a doença há anos e é dependente da família para boa parte das tarefas. Foi com o futuro do irmão na mente que a estudante de arquitetura partiu para o seu trabalho de pós-graduação: podem as cidades ter um urbanismo que as transforme em lugares que não discriminam adultos com esta doença?
 A resposta afirmativa da jovem de 23 anos está sustentada num kit de ferramentas que serve como pesquisa exploratória para urbanistas, arquitetos e paisagistas poderem projetar cidades mais inclusivas para adultos com perturbações do espectro do autismo (PEA), uma disfunção do desenvolvimento que afeta o comportamento do indivíduo e a sua capacidade de comunicar e sociabilizar. “Imagino cidades inclusivas para indivíduos que vivem com autismo a incluírem serviços e programas próximos uns dos outros, facilmente acessíveis para adultos com autismo”, explicou ao P3 Elizabeth Decker numa entrevista por Email.
 Por exemplo? “Espaços abertos e comida saudável devem estar a um ou dois quarteirões de uma unidade de habitações a preços acessíveis. Serviços de transporte públicos devem ligar essas unidades dentro das cidades.” Para pessoas com autismo, os ambientes urbanos significam um acréscimo de confusão mental — sobrecarga sensorial, transportes públicos inadaptados e escassez de espaços verdes são alguns dos problemas.
 Para os entender melhor e sustentar a tese "A city for Marc: An inclusive urban design approach to planning for adults with autism", Elizabeth entrevistou adultos com PEA, médicos neurologistas e sociólogos. Top 5 de necessidades: formação profissional, apoio à saúde mental e física, emprego, transporte público e habitação acessível. Com estas premissas na cabeça, Elizabeth Decker aplicou os princípios de um design inclusivo usando a cidade de Nashville, em Tennessee, como caso de estudo.
 A espaços “subutilizados”, Elizabeth quer dar utilidade: por exemplo, se há um lote vago ao lado de um ginásio poderia usar-se esse espaço para atender às necessidades de saúde de pessoas com autismo.
 A estudante pensou habitação acessível conectada com serviços para autistas e mostrou que é viável em modelos 3D. A investigação recolheu também uma série de links para locais com alimentação saudável e aconselha a construção de instalações dedicadas à formação profissional junto de outras de programas cívicos e institucionais. Além disso, os espaços verdes devem ser reforçados de forma a haver áreas onde o ruído urbano seja menos agressivo.
 Estas alterações a Nashville — e que podem ser readaptadas para outras cidades — não significam “redesenhar cidades inteiras para esse grupo”, acautela: “As cidades são feitas para serem diversas e são desenvolvidas com muitos esforços individuais de empresários, comunidades e empresas.”
 Através deste projeto, Elizabeth quer conhecer melhor o irmão, cujo autismo estará situado no espectro médio. “A minha família é afortunada por ter o Marc, porque às vezes as atitudes inocentes dele conseguem simplesmente melhorar o nosso humor”, disse, acrescentando que o irmão sonha trabalhar numa padaria quando terminar a escola.
 “Não chega ver a cidade por blocos e sugerir construir um edifício ou um parque. Sem a visão de uma cidade inclusiva como um todo, o design falha na tentativa de ligar com sucesso as necessidades de um adulto com autismo”, acredita. O autismo é uma doença genética, sem cura, que afeta uma em cada 68 crianças nos EUA, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Em Portugal não há números conclusivos.
FONTE:
Texto - Texto de Mariana Correia Pinto

http://p3.publico.pt/cultura/arquitectura/12332/arquitectura-de-elizabeth-quer-cidades-inclusivas-para-autistas
Foto: JIM YOUNG/REUTERS 

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Jovens com deficiência ganham espaço em restaurantes italianos

Cantinas e pizzarias vêm contratando jovens com síndrome de Down e autismo leve, mas rejeitando a conotação assistencialista.
Emanuele Raffaele, 24, está aprendendo a culinária
observando o chef de seu restaurante 
(Foto: Erika
Zidko/BBC)
Jovens com deficiência intelectual, síndrome de Down e autismo leve têm conquistado espaço profissional em novas cantinas e pizzarias italianas, que tentam expandir sua contratação para todo o país.
Muitos desses restaurantes são criados por associações e cooperativas, já incorporando a mão de obra de jovens com deficiência que passaram por cursos de especialização.
Só na Locanda dei Girasoli, em Roma, 15 funcionários com necessidades especiais trabalham na cozinha, servindo às mesas ou na fabricação de doces.
Graças ao sucesso da experiência, os responsáveis estão abrindo outras filiais do restaurante, uma delas em Palermo, na Sicília, e pensam em transformar a ideia numa franquia.
"Recebemos diversos pedidos de consultoria por parte de associações e restaurantes interessados em adotar o nosso modelo. Estamos criando um protocolo com ajuda de especialistas de diferentes setores, porque não se trata de um sistema para atrair clientes ou para fazer assistencialismo", disse à BBC Brasil o presidente da Cooperativa Social Síntese, responsável pela gestão do local, Enzo Rimicci.
"É muito importante evitar especulações. Nosso objetivo é o acesso efetivo desses jovens ao mercado de trabalho", afirmou.
No restaurante, os funcionários portadores de deficiência têm o mesmo tratamento previsto aos trabalhadores da categoria. "São todos remunerados, inclusive os estagiários. Assim como os demais, eles também recebem treinamento e têm horário de trabalho e funções específicas", disse Rimicci.
Como em qualquer atividade comercial, os empregados passam por um processo de seleção. "O trabalho em restaurantes requer agilidade. É preciso dizer sem rodeios que são pessoas com deficiências cognitivas e que nem todas são aptas a realizar este tipo de atividade", explica.
"Os que não superam o período de prova certamente poderão realizar um outro trabalho. Há sempre uma oportunidade para todos".
Boa comida e integração social
Para o ajudante de cozinha Emanuele Raffaele, jovem de 24 anos com síndrome de Down, o segredo da boa cozinha é o cuidado com os ingredientes.
"Para preparar algo bom é necessário lavar bem as hortaliças e verduras, saber cortar as partes duras ou eliminar as folhas ruins". Para ele, poder trabalhar na cozinha é uma conquista e o próximo passo é aprender a preparar peixes. "Vejo tudo com os olhos, depois memorizo e repito tudo o que o chef faz", disse à BBC Brasil.
Viviana Ponzelli, 39, é garçonete no local há oito anos
e portadora da síndrome de Down
(Foto: Erika Zidko/BBC)
Segundo a mãe de Emanuele, Antonella Marrazzi, o trabalho no restaurante tem ajudado o filho a amadurecer. "Vejo que a cada dia ele adquire mais segurança no modo de relacionar-se com os colegas e com os chefes no seu trabalho. Hoje ele se sente importante", disse.
Entre os funcionários especiais, a mais antiga da casa é Viviana Ponzelli, garçonete de 39 anos e portadora de Down, que trabalha no local há oito anos. "Preparo a mesa e sirvo os clientes. Estou bem aqui", contou.
"Se os clientes vissem que os portadores de deficiência estão no nosso restaurante sem fazer nada, pensariam que estão fazendo beneficência. Não é o nosso caso. As pessoas vêm ao nosso local porque se come bem e porque há jovens com algumas dificuldades fazendo o próprio trabalho", afirma o responsável pelo restaurante.
Em toda Itália
Outro local em Roma a empregar pessoas com deficiências intelectuais é a Trattoria degli Amici, localizado no bairro de Trastevere. Em Florença o restaurante I ragazzi del Sipario abre apenas para almoço, enquanto em Milão o serviço de catering do Laboratório Procaccini Quattordici deve ser reservado com muita antecedência.
Em Modena, o La Lanterna di Diogene emprega jovens com síndrome de Down inclusive na própria horta.
Aberto em Turim em 2008, o Caffè Basaglia também conta com funcionários especiais. O nome é uma homenagem ao psiquiatra Franco Basaglia, responsável pela lei de 1978 que aboliu os manicômios na Itália em favor da criação de redes de serviços territoriais de assistência às pessoas com distúrbio mentais.

FONTE:
da BBC

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/jovens-com-deficiencia-ganham-espaco-em-restaurantes-italianos.html

terça-feira, 27 de maio de 2014

A chacina do bom senso

Por Lucio Carvalho     
Nova chacina cometida em solo norte-americano viraliza noções erradas sobre o autismo, doença mental e homicídios. Na última sexta-feira (23/05), um novo episódio de violência pessoal atingiu o solo norte-americano naquilo que parece ser a continuação de um filme, exceto que não se trata de um filme, mas de uma realidade cruel que acabou com a vida de pelo menos seis pessoas, além de ter ferido outras tantas. Como todos os homicídios, uma violência abominável e, pelo menos aparentemente, absolutamente desnecessária e injustificável. O autor dos homicídios, um jovem de 22 anos chamado Elliot Rodger, é o mais novo monstro da América, que parece reciclar de tempos em tempos personagens dessa realidade mais sombria que os mais sombrios filmes do seu cinema.
Elliot Rodger, o homicida, está morto também. Ele pode ter sido morto no tiroteio que trocou com a polícia de Isla Vista, Califórnia, ou pode ter tirado a própria vida. Seu gesto, serial, repete o de outros homicidas, tais como James Eagan Holmes que, em 2012, executou 12 pessoas em uma exibição do filme Batman: o cavaleiro das trevas em Denver, Colorado (ver aqui) ou com o personagem Kevin, do livro e filme Vamos falar sobre Kevin?, baseado em dezenas de relatos semelhantes estudados pela escritora Lionel Shriver.
Algo mais que a evidente tragédia e semelhantes coincidências acaba por remeter um crime ao outro. No caso de Elliot, a hipótese de uma forma de autismo, a síndrome de Asperger, estar por trás do gesto foi apresentada pelo advogado da família, Alan Schifman (ver aqui). Não é a primeira vez que a associação é feita nem que se debita ao diagnóstico a causa direta de comportamentos homicidas.
Comportamento criminoso
Em 2012 ainda, em outra chacina – desta vez em Newtown, Connecticut – quando, em uma escola, 26 pessoas foram mortas, os temas também estiveram muito próximos. Muitas pessoas opinaram, entre jornalistas, especialistas e familiares de pessoas com autismo. Isso aconteceu, no Brasil, especialmente depois que uma psicóloga declarou ao vivo, no programa Domingão do Faustão, da Rede Globo, que o comportamento poderia ser explicado pelo diagnóstico. À época, familiares e entidades de pessoas com autismo expuseram sua contrariedade com os argumentos apresentados, na tentativa de refutar a associação que se estabelecia. Nas redes sociais, o assunto dominou inúmeras discussões e os próprios meios de comunicação jogaram luz ao que as pessoas diretamente envolvidas estavam discutindo a respeito.
É muito provável que, a respeito da nova ocorrência, o mesmo volte a acontecer. A torrente de opiniões é incontrolável e, dentre a torrente, é cada vez mais impreciso distinguir quem tem um pouco de razão e quem já perdeu totalmente o bom senso. Visualizar o que familiares e as próprias pessoas com autismo estão relatando é um passo fundamental no sentido de evitar conclusões e generalizações apressadas e sem nenhum sentido. Os especialistas podem e devem colaborar, mas tomá-los exclusivamente é um risco considerável, já que em muitos casos sua perspectiva é apenas patologizante, não veem a pessoa por trás do indivíduo e o sujeito tomado apressadamente pelo rótulo, em explicações que não se aventuram a entender o evento além do seu causador, confinando as causas à imprecisão que ronda tanto o autismo quanto as doenças mentais, isso ainda hoje.
Some-se a isso o fato de que o assassino foi apresentado pela própria família desta forma, talvez na esperança de atenuar ou justificar a violência cometida. Mas um diagnóstico não comete crimes, quem os comete são as pessoas. A tese de que existam assassinos ou psicopatas inatos é antiga, remonta às teorias lombrosianas e aos precursores do criminalismo. Entretanto, ainda hoje são objetos de polêmica. No caso de James Eagan Holmes, em Aurora, acontecera o mesmo e, como o autor do crime permanece vivo, pleiteou-se a apresentação do diagnóstico de doença mental como atenuante, como uma espécie de álibi. Neste caso, a situação é um pouco distinta, mas não talvez o que se procura ao vincular-se um comportamento criminoso a causas psicológicas.
Barbárie social
A confusão mais simples que é feita, nesses casos, é entre o que seja autismo e o que seja doença mental. Postular uma hierarquia de gravidade e periculosidade, mesmo na opinião de familiares, é um tipo de crueldade que as pessoas não parecem importar-se em cometer. Não se trata de que o autismo possa ser menos grave que a esquizofrenia (ou vice-versa) ou que um dos diagnósticos seja causa de comportamentos violentos e o outro não, o fato é que um não deveria ser o bode expiatório do outro. Além disso, talvez seja necessário repetir, diagnósticos não cometem assassinatos. Quem os faz são as pessoas e mesmo autistas e esquizofrênicos são sujeitos sociais, não são essencialmente portadores de uma sintomatologia cujo comportamento pode ser tomado como previsível.
Assim como debitar as razões de crimes violentos e absurdos, como estes, diretamente a causas patológicas ou ao autismo especificamente é uma temeridade irresponsável, aventar que pessoas autistas e esquizofrênicas não possam cometer crimes é igualmente incompreensível. Podem e cometem, como todas as pessoas, mas no seu caso parece querer-se embutir uma espécie de razão iatrogênica, como se fossem pessoas fadadas a isso. Frente a argumentações dessa espécie, é preciso duvidar e investigar um pouco mais os contextos sociais e afetivos nos quais a violência explode de modo tão abissal. Isso requer mais que cuidado com as pessoas, requer consideração pela pessoa humana e, sobretudo, a consideração de que mesmo o autismo e a doença mental constituem naturalmente a experiência humana.
Por outro lado, previsível mesmo é que uma sociedade – deixemos os indivíduos e seus diagnósticos de lado por um instante – que vende armas de fogo com a mesma facilidade que se vendem brinquedos ou comida acabará por ter de encarar o resultado de acesso tão franqueado à violência, mesmo que em situações bárbaras como são as chacinas. Se não é possível evitar que eventualmente alguém tenha acesso a arsenais particulares de eliminação, então a sociedade norte-americana- talvez a planetária – esteja em um impasse ainda maior, pela necessidade de resolver uma cultura baseada em padrões de força, ocupação e beligerância permanente. A existência de uma barbárie social tampouco pode justificar crimes monstruosos como estes, mas a pior chacina que se pode fazer é contra a possibilidade de criarem-se relações humanas mais respeitosas. E isso, claro, a despeito de qualquer diagnóstico. Se há uma tendência na estigmatização de criminosos assim, não é possível recusar a violência inerente ao próprio estigma social do qual, mais ou menos diretamente, todos continuamos a dar causa.
FONTE:
CADERNO DA CIDADANIA
MÍDIA & PRECONCEITO
Lucio Carvalho é coordenador-geral da Inclusive –
Inclusão e Cidadania e autor de Morphopolis

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segunda-feira, 26 de maio de 2014

Os benefícios da equoterapia

Movimentos do cavalo auxiliam no resgate do equilíbrio e da coordenação motora, afetados por doenças como o Mal de Parkinson e outras síndromes.
Há meses sob o tratamento conduzido pela instrutora Dora Alho, Nicolas, de 3 anos, já consegue sentar e controlar o tronco
O uso do cavalo como método terapêutico, sobretudo para os que buscam o desenvolvimento de pessoas com algum tipo de deficiência, está se mostrando eficaz também para pessoas diagnosticadas com doença de Parkinson. A doença degenerativa, provocada por uma disfunção dos neurônios, prejudica progressivamente os movimentos e a coordenação.
O representante comercial Joel de Arruda, 61, que há oito anos descobriu ter a doença de Parkinson, não imaginava que o gosto pelo hipismo um dia o levaria à terapia complementar contra a doença. Após ser diagnosticado e perder o emprego, Joel pensou também em abandonar o hipismo, até ser informado que a equoterapia poderia ajudá-lo.
INDICAÇÕES
Tratamento também pode ajudar vítimas de AVC e outras doenças
A equoterapia é indicada para casos em que há comprometimento neuromotor de origem encefálica ou medular. Pode ser aplicada em pacientes com autismo, paralisia cerebral, infartados, pessoas com problemas circulatórios, psíquicos, vítimas de AVC ou que tenham deformidade de membros, deficiências auditiva, visual ou na fala. É indicada também para crianças hiperativas ou que têm desvio de atenção, pelo fato de a atividade exigir grande concentração.
Síndromes
O tratamento de síndromes também pode ser complementado com a terapia. É o caso de Nicolas Felipe Pereira, 3 anos, que sofre de síndrome de Angelman, doença caracterizada pelo atraso no desenvolvimento intelectual e dificuldades na fala.
A dona de casa Eliane da Silva Refundini, 38, mãe de Nicolas, conta que o filho foi diagnosticado aos 2 anos de idade. Ele não andava nem falava. A mãe conta que, no início, o tratamento indicado pelo fisioterapeuta lhe causou desconfiança, mas em dois meses começou a perceber mudanças positivas no comportamento da criança. Hoje, segundo ela, o menino já se senta sozinho, controla o tronco, e, com apoio, consegue até ficar em pé. “Acredito que ele ainda vai andar sozinho”, comemora (RS).
Método
Segundo a instrutora de equoterapia Dóris Alho, o método surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial. Os soldados voltavam para casa com muitos problemas psicológicos e como havia um grande número de cavalos no exército, muitos deles eram colocados para cavalgar. A partir daí começou-se a observar progressos psicológicos e, algumas vezes, motores. Depois, estudos foram comprovando os benefícios da equoterapia.
A terapia ocorre por meio da equitação, o ato de cavalgar. Segundo a instrutora Dóris Alho, educadora física especializada em equoterapia, a principal característica do tratamento é o movimento tridimensional do cavalo, ou seja, o animal se move para cima, para baixo, para as laterais, para frente e para trás. Movimentos globais, como esses, nenhum outro aparelho consegue simular. Os principais benefícios são o desenvolvimento do equilíbrio, da coordenação, melhor controle do tronco, desenvolvimento de noção de espaço e do senso tátil.
A fisioterapeuta Marília Ramalho Assunção, que ministra aulas de equoterapia, lembra que são atendidos pacientes de todas as idades e a maioria dos que procuram a terapia tem comprometimento neurológico e motor, mas alguns entram no programa apenas para buscar socialização. Ela diz que a equoterapia teve um salto na procura nos últimos dez anos.
A instrutora Dóris Alho explica que a terapia é apenas complementar ao tratamento, que deve reunir ainda o trabalho da fonoaudiologia, da fisioterapia e da terapia ocupacional. “Alguém pode dizer que sentiu melhora muito grande com a equoterapia, mas não foi só isso. Melhorou porque tem um conjunto de terapias. Não dá para medir, mas ajuda muito, especialmente no equilíbrio”, diz.
Essa melhora no equilíbrio foi percebida pelo representante comercial Joel de Arruda. “Ajuda cem por cento”, comemora. Ele conta que, além da condição física, sente-se melhor no campo emocional e, principalmente, em relação os tremores causados pela doença de Parkinson. As pernas dele também respondem melhor aos movimentos. “Às vezes queria movimentar as pernas, correr, mas não consigo. A montaria força a trabalhar todos os músculos da perna.”
O instrutor Paulo Roberto Vicente ressalta a importância dos exercícios que passa a Joel Arruda, especialmente no alongamento. Para ele, ajudar quem necessita com esse trabalho é gratificante.

FONTE:
RAFAEL SANCHEZ, ESPECIAL PARA O JL
http://www.gazetadopovo.com.br/saude/conteudo.phtml?tl=1&id=1471413&tit=Os-beneficios-da-equoterapia


terça-feira, 20 de maio de 2014

Zoóloga desenvolve tratamento com cães para obesos, idosos e autistas

 Prática envolve profissionais de educação física, 
medicina veterinária e psicologia.
Tratamento gratuito é oferecido em projeto de 
extensão de faculdade em AL.
Um projeto acadêmico multidisciplinar que já atendeu mais de 100 pessoas em Maceió vem mostrando que o cachorro, além de melhor amigo do homem, pode ser um bom terapeuta. Wendy, Shakira, Naomi, Solara, Lava e Isis são alguns desses doutores de quatro patas que integram o Focinhos Terapeutas e ajudam no tratamentos de obesos, idosos e crianças autistas.
 Zoóloga entre monitoras e crianças autistas durante tratamento com cães
 (Foto: Natália Souza/G1)
Criado em 2011 pela zoóloga com especialidade em treinamento físico, Maja Kraguljac, o projeto envolve estudantes dos cursos de educação física, medicina veterinária, fisioterapia, psicologia, nutrição, entre outros da área de saúde de uma faculdade particular do estado.
“A ideia surgiu quando eu ainda morava em Belo Horizonte, e minha mãe desenvolveu um quadro de depressão. Notei que quando compramos um cachorro ela começou a apresentar alguma melhora. Então pesquisei sobre os benefícios que os animais podem trazer a pessoas com alguns tipos de doenças, mas não fui além disso na época”, contou Maja.
Em 2011, já em Maceió, ela submeteu o então pré-projeto de terapia assistida por cachorros a editais de projeto de extensão da faculdade e deu certo. Além de já ter realizado mais de mil sessões gratuitas, o Focinhos é tema de pesquisas anuais e já foi objetos de estudo em artigos apresentados em congressos nacionais.
Interação com autistas
Os pequenos Heitor e Felipe, ambos de quatro anos e com autismo de grau leve, interagiram durante quase 30 minutos com dois dos Focinhos Terapeutas, em uma das sessões que o G1 acompanhou.
As instrutoras voluntárias estimulavam a socialização das crianças passando a mão delas no pelo do cachorro, colocando o pé dos meninos por cima da pata dos cães, que nem pareciam se incomodar com todo aquele contato. Em vários momentos, as brincadeiras arrancaram gargalhadas das crianças.
A mãe de Heitor, a psicopedagoga Silvia de Souza e a mãe de Felipe, a servidora pública Márcia Vitorino, afirmaram notar leves mudanças no comportamento desde o início do treinamento.
“Felipe tinha muito medo de animais, principalmente de cachorro. Notei que agora esse medo diminuiu, ele fica menos estressado”, contou Márcia.  “Essa interação também é ótima para a parte pedagógica, é um estímulo a mais”, afirmou Silvia.
Rodrigo é estimulado pelos monitores por brincadeiras com a cadelinha 
(Foto: Natália Souza/G1)
Em outra sala equipada com circuito cheio de obstáculos, colchões, cordas Rodrigo, 8, interage com a cadela Solara. Incentivado pelos dois instrutores, ele joga a bola para a cachorra pegar. “A gente já tem um cachorro em casa e ele era mais estressado, agora fica mas calmo”, contou a mãe de Rodrigo, Roseana Xavier.
Maja explica que os cães trazem muitos benefícios no tratamento de crianças com autismo. “Os estudos científicos mostram que os cães têm muita influência entre crianças autistas, devido ao estímulo da socialização. Conseguir que um autista se concentre e olhe dois segundos nos seus olhos já é uma grande conquista. E esse projeto mostra que essas crianças começaram a interagir melhor com os pais e família, com o ambiente, melhoria no contato visual”, afirmou.
Motivação para obesos
“As pesquisas também revelam que é mais fácil emagrecer quanto se tem uma motivação, como por exemplo, sair para passear com o cachorro, correr. Muitos vêm fazer exercício só por gostar de ter a presença do cão”, explicou Maja.
Exercícios com cães estimulam obesos a levar tratamento adiante 
(Foto: Natália Souza/G1)
Segundo ela, alguns resultados do projeto apontam que os obesos que participam das sessões com os cães já tiverem uma melhora na frequência cardíaca e na pressão arterial. “Lembrando que a terapia assistida por animais é uma terapia complementar, para dar certo é preciso outro conjunto de fatores”.
A técnica de laboratório Verônica Lino, chegou a pesar 105 kg, hoje com 101 kg, ela reconhece que está no caminho certo para chegar a ter uma vida saudável. “Eu fui a pioneira do projeto. Estou participando desde o início. Notei que na minha família as mulheres têm um histórico de longevidade, minha avó chegou aos 103 anos, então eu quero envelhecer com qualidade. Quero perder peso. Essa interação com animais é ótima. Parece que tem dias que eles sentem o que estamos sentido”, afirmou.
Treinamento dos focinhos
Os 15 cães que participam das sessões às terças-feiras em uma faculdade particular localizada no bairro do Farol, e na Associação dos Amigos Autistas (AMA) às quartas-feiras, passaram por um adestramento especial, segundo a coordenadora do projeto.
“Eles são adestrados para não ter problemas de interagir com as crianças. Os cães precisam ser dessensibilizados, ou seja, se eu puxar o rabo, puxar a orelha, colocar a mão na boca deles, eles não vão morder”, explicou Maja.
Aline Fernandes Melo, instrutora do projeto e graduanda do curso de medicina veterinária explicou que também é observada a sanidade dos animais. “Ele é vermifugado, vacinado, passa por um treinamento e há uma preocupação com a carga horária das sessões para não sobrecarregá-los. Prezamos também pelo bem estar dos animais”, contou.
“O maior benefício é conseguir trazer uma qualidade de vida melhor para essas pessoas por meio do contatos com animais e conscientizá-las que a maioria dos nossos animais foi de rua. Esses bichinhos podem fazer um lindo trabalho. Acabamos promovendo, inclusive,  adoções e modificando comportamento. Gente que não gostava de bichos, chega aqui e começa a gostar”
Para se inscrever no atendimento gratuito do projeto Focinhos Terapeutas é só acessar o site do projeto (clicando aqui) ou pela página de mesmo nome no Facebook.
Cães recebem treinamento e tratamento veterinário adequados 
para o convívio com crianças (Foto: Natália Souza/G1)


FONTE:
Natália Souza

http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2014/05/zoologa-desenvolve-tratamento-com-caes-para-obesos-idosos-e-autistas.html