domingo, 19 de janeiro de 2014
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Mães de autistas criticam personagem Linda de "Amor à Vida": "É uma utopia"
Bruna Linzmeyer |
Na reta final de "Amor à Vida", nem as
pegações de Michel (Caio Castro) e Patrícia (Maria Casadevall) conseguiram
ofuscar o romance entre Linda (Bruna Linzmeyer) e Rafael (Rainer Cadete). A
relação entre a autista e o advogado foi crescendo ao longo da trama de Walcyr
Carrasco e alcançou seu ápice dramático com a prisão de Rafael após trocar um
beijo com a jovem.
Autismo
Incentivada por Leila (Fernanda Machado), Neide
(Sandra Corveloni) denunciou o advogado por abuso de incapaz. Procurada pelo
UOL, Rita Valéria Brasil Santos, presidente da Associação de Amigos do Autista
da Bahia, condenou a maneira como Walcyr tem conduzido a trajetória de Linda.
"É uma utopia o que a novela apresenta no momento", opinou ela.
Mãe de um autista de 21 anos, Rita relembrou que
Linda foi criada sob um rígido controle dos pais e longe da sociedade, tornando
pouco crível a possibilidade de uma interação com o "namorado".
"O autor preferiu mostrar apenas a questão de
sexualidade e não mostrou a luta da família para conseguir escola, tratamento,
diagnóstico. Ele [Walcyr] é um formador de opinião e tenho medo de que mães de
autistas tenham a ideia da Linda na cabeça", comentou.
A opinião foi corroborada por Ana Maria Mello,
superintendente da Associação de Amigos do Autista de São Paulo, e mãe de um
autista de 32 anos. "A realidade da Linda está muito distante do que é o
autismo. Está muito romanceado. Não existe gente com autismo como a Linda, pelo
menos que eu conheça", disse.
Segundo Ana Maria, da forma como é mostrado na
trama, o relacionamento entre Linda e Rafael não deveria acabar em prisão – na
vida real, porém, a situação seria diferente. "Dentro do enredo da novela,
eu acharia uma injustiça denunciá-lo. Na vida real, seria abuso porque não
existe a menor possibilidade de ser uma ação conjunta. O relacionamento é uma
das maiores dificuldades que eles têm. É difícil você perceber um afeto. Até
para demonstrarem afeto pela própria família é complicado".
Marisa Furia, presidente da Associação Brasileira de
Autismo, contou que há um caso na Suécia envolvendo o casamento entre autistas,
mas que a situação é rara, além de receber apoio do governo. "Na novela
percebo que o rapaz [Rafael] está cuidando dela, proporcionando boas coisas, e
por isso ela consegue interagir com ele, mas acho muito complexo falar de uma
relação amorosa", ponderou ela, mãe de um homem autista de 36 anos.
Para Marisa, o descontrole de Neide com o fato é
aceitável. "Entendo que exista uma
grande preocupação da família, é preciso de um acompanhamento intenso para que
essa relação seja decente. Não sei dizer o percentual de 'Lindas' no Brasil,
mesmo assim acredito que a discussão é interessante", ressaltou.
"Na vida real não é assim"
A doutora Carla Gikovate, neurologista e
especialista em autismo, acredita que a trama envolvendo Linda ficou confusa.
"A personagem tem características de autismo severo, mas também de autismo
leve", considerou. Para ela, o namoro de Linda com Rafael jamais existiria
na vida real.
"Não há chances de um rapaz normal se apaixonar
por um autista moderado, como acredito ser o caso da Linda. Na vida real o cara
ia perceber e cair fora", opinou. Indagada se os pais de Linda têm razão
de manter Rafael longe da jovem, Carla brincou: "A denúncia não
aconteceria porque essa situação [amorosa] também não aconteceria".
Contudo, a simples abordagem do autismo em uma trama da Globo já é bem vista
pela profissional.
"O número de crianças que apareceram no
consultório em razão da abordagem demonstra o quanto o assunto é importante,
mesmo sendo tratado dessa forma na novela", finalizou enfatizando que o
caso da Linda não seria de um autista.
FONTE:
UOL
UOL
Entrevista com Romário
Genial nos gramados, ele agora é um campeão
a
serviço do povo
Romário e sua filha, Ivy. foto: Divulgação |
Craque da bola, Romário de Souza Faria é um dos
cinco maiores jogadores da história do futebol, segundo escolha da Fédération
Internationale de Football Association (FIFA).
Aos 47 anos, o Baixinho - como é popularmente
conhecido -, acumula ainda outros títulos. Entre eles, o de terceiro maior
artilheiro da Seleção Brasileira, com 55 gols marcados com a camisa
verde-amarelo, e de artilheiro em 27 das 83 competições oficiais que disputou.
Em 1995, após ser protagonista na conquista do
Tetracampeonato, Romário fundou o Instituto Romário de Souza Faria. Com o
objetivo de diminuir as desigualdades sociais e criar oportunidades para as
crianças carentes por meio do futebol, o projeto atendeu centenas de crianças e
jovens dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Fora dos campos, Romário continua se destacando,
mas, como um dos mais importantes deputados federais do País, trabalhando em
defesa do povo.
Pai de seis filhos - entre eles Ivy, de 8 anos, que
tem síndrome de Down -, ele foi eleito deputado federal em 2010, pelo PSB-RJ, e
atua em defesa dos interesses das crianças e jovens de comunidades carentes,
além de prover as pessoas com deficiência de atenção, respeito e direitos junto
à sociedade.
Na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), Romário
é o 1º vice-presidente da Comissão de Turismo e Desporto, suplente da Comissão
de Educação e Cultura, Vice-presidente da Frente Parlamentar da Pessoa com
Deficiência, Diretor de Assuntos Esportivos e Acessibilidade da Frente
Parlamentar da Atividade Física.
FONTE:
Telefone: 011 - 3437-7676
Endereço: Rua Coronel Mário de Azevedo, 239
Cep: 02710-2020 - São Paulo/SP
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Nota do
Vivências Autísticas
Romário foi peça fundamental na promulgação da
Lei 12.764 (Lei Berenice Piana).
Sempre que podemos o homenageamos.
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
Novela Amor à Vida - Ator Rodrigo Andrade e considerações finais
Um dos galãs da nova geração da TV, Rodrigo Andrade,
o Daniel da novela Amor à Vida (Globo), conta que torce por um final feliz
entre o seu personagem e Perséfone (Fabiana Karla). Perto do desfecho do folhetim, o ator diz que
o trabalho na novela de Walcyr Carrasco tem um significado especial na sua
carreira, pois permitiu que ele passasse mensagens relevantes sobre o autismo e
também sobre o preconceito contra as mulheres com excesso de peso.
Mesmo imerso nas gravações da novela, ele já
vislumbra mais trabalho para os primeiros meses deste ano, quando pretende
lançar o CD 30 Anos, dando continuidade à carreira musical, que é uma de suas
paixões desde a infância. Em mais esse projeto, ele conta com uma torcida
especial, da namorada, a empresária
Joyce de Paulo.
Amor à Vida está caminhando para a reta final.
Daniel conseguirá reconquistar Perséfone e assim ter um final feliz ao lado da
enfermeira?
RODRIGO ANDRADE – Acho que o Daniel merece, acima de
tudo, um final feliz. Vejo um amor mal resolvido entre ele e Perséfone. Mesmo
após o término e com possíveis novas relações, os dois ainda vivem um em função
do outro, ficam se provocando, fazendo ciúme... (risos). Torço para que deixem
o orgulho de lado, conversem e sigam felizes juntos! Confio muito no trabalho
do Walcyr e sei que, qualquer que seja o final, será excelente.
Em pleno horário nobre, seu personagem se casou com
uma mulher que foge do estereótipo do corpo perfeito. Você acredita que essa
era a mensagem que o autor queria passar?
RODRIGO – Além da questão de quebrar os
estereótipos, que é muito importante, ele tem também outras questões
interessantes: a da irmã com autismo (Linda, interpretada por Bruna Linzmeyer),
por exemplo. Aprendi desde cedo a respeitar o próximo e as diferenças, mas
quando trabalhamos em tramas assim, recebemos muitas mensagens de pessoas que,
de fato, passaram pela situação. Nós aprendemos sempre com essa troca. Nunca
tive muito contato com o tema autismo e a novela me trouxe essa oportunidade.
Sou grato por isso. O autismo está mais presente do que a gente imagina, mas é
tão pouco divulgado que, às vezes, nem a própria família sabe identificar. Acho
que novela é entretenimento, mas é também uma ferramenta muito eficiente de
alerta e conscientização. E é ótimo fazer parte disso!
Para você seria um problema se casar com uma mulher
gordinha, como Daniel fez com Perséfone?
RODRIGO – Eu não teria preconceito nenhum em assumir
ou me casar. Tem tantas outras coisas que são mais relevantes e importantes do
que o peso, que é até difícil entender como isso, para algumas pessoas, é tão
gritante.
Mas o preconceito contra mulheres com excesso de
peso existe ainda...
RODRIGO – Infelizmente, existe e eu pude constatar
isso com o personagem. Muita gente chega para compartilhar experiências
parecidas com as que assistiram na novela.
Qual foi o maior desafio que você enfrentou com o
personagem? Teve alguma cena especial?
RODRIGO – Acho que um grande desafio é sempre o
começo, a construção do personagem. O Daniel, de uma forma geral, é gente como
a gente. Então tem de haver sutileza nas atitudes, não é nada caricato. Tinha
acabado de sair do Berto (da novela Gabriela, de 2012), um mau-caráter de marca
maior, sem escrúpulos e sentimentos, para entrar de cabeça no Daniel, que é
boa-praça. Para mim, como ator, foi excelente.
Você já tinha trabalhado com Walcyr Carrasco em
Gabriela. Qual a importância de Amor à Vida na sua carreira?
RODRIGO – Uma novela das 21h, com um personagem
desses, com um autor como Walcyr e um elenco talentoso, não teria como não
somar muito na minha carreira. Um dos meus maiores desejos é seguir uma
trajetória sólida e ter muitas boas oportunidades de mostrar meu trabalho para
o maior número possível de pessoas.
Você e Caio Castro são superamigos e dividem a mesma
casa. Como conseguem morar no mesmo espaço sem conflitos? Seguem algumas regras
para terem uma boa convivência?
RODRIGO – Sou melhor na cozinha, gosto de cozinhar,
mas, por outro lado, sou desorganizado; chego em casa e vou jogando tudo. O
Caio (Castro) é mais organizado do que eu, ele acorda e arruma a cama dele. Eu
não, se vou dormir à noite, não vejo motivo para arrumar a cama (risos).
Depois de Amor à Vida, o que seria um personagem
desafiador em novelas?
RODRIGO – Adoraria interpretar, por exemplo, um
personagem com algum distúrbio psicológico, que confunda, intrigue. Ou algum
que tenha duas caras ou mais para um lado esquizofrênico, em um nível grave, de
não conseguir diferenciar imaginação de realidade.
Você nasceu em Altinópolis, uma pequena cidade do
interior de São Paulo. Hoje, está em uma novela da Globo, no horário nobre.
Tinha imaginado chegar tão longe?
RODRIGO – Sempre sonhei alto e sou muito otimista,
então sempre espero o melhor.
Por não conhecer ninguém no meio artístico,
provavelmente, foi complicado para você conseguir chegar às novelas. Em algum
momento passou pela sua cabeça desistir?
RODRIGO – Às vezes passam pensamentos ruins pela
nossa cabeça, com certeza. Mas eles nunca duraram tempo suficiente para me
guiar para a desistência.
Após o final de Amor à Vida, você pretende voltar a
investir na carreira musical? Algum outro projeto como ator?
RODRIGO – A carreira musical nunca esteve de lado,
música é uma grande paixão, desde criança. Neste ano, lanço meu CD 30 Anos e o
meu primeiro videoclipe. Vocês podem aguardar muitas novidades!
Atualmente, você namora a empresária Joyce de Paulo.
Qual é o segredo para ter uma relação feliz? Ela comenta as cenas de Daniel e
sai a favor de Perséfone?
RODRIGO – Ela torce muito pela minha felicidade e
sucesso e vice-versa. Acho que isso é muito importante em uma relação.
FONTE:
Agência ESTADO
sábado, 11 de janeiro de 2014
Crianças com autismo serão cadastradas
Foto: Google. |
Para isso, profissionais da saúde e
da educação devem ser sensibilizados sobre os sinais de riscos de autismo.
Quando diagnosticadas com a doença, as crianças devem ser cadastradas para receber tratamento. As estatísticas devem estar disponíveis para averiguar a evolução da doença.
Fonte:Patrícia Belarmino
Campo Grande - MS.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
A ciência bossa-nova
Cheguei a conclusão de que se realmente tivesse essa oportunidade, mudaria muita coisa. O método cientifico tem sido eficaz, é verdade, mas lento. Descobrimos o principio fundamental da genética, evolução, biologia molécula, etc. Com isso, fomos capazes de curar diversas doenças, prever processos biológicos complicados entre outras coisas. Porém, ainda sinto que estamos bem pra atrás em diversas áreas, como por exemplo no entendimento do cérebro. A ciência tem sido lenta por diversas razões, incluindo interesses financeiros, egocentristas e falta de visão cooperativista. Então, penso que a ciência poderia ser ainda mais eficiente se fosse otimizada seguindo algumas dessas idéias que listo abaixo.
Começaria por fazer a ciência um patrimônio da humanidade. Seria a real ciência sem fronteiras, aonde não haveria conhecimento restrito por barreiras territoriais. O fim da ciência “nacional” seria acompanhado por um esforço mundial, aonde grupos de cientistas trabalhando numa mesma área usariam de ferramentais virtuais para dividir resultados antes de serem publicados. Obviamente que esse tipo de parceria iria gerar questionamentos sobre os direitos autorais ou mesmo royalties gerados por produtos oriundos dessa pesquisa. Não quero causar a impressão que sou a favor de uma ciência comunista, não é isso. Argumento que da mesma forma que hoje já existem consórcios mundiais que conseguem resolver a questão financeira, as consequências da ciência mundial seriam voltadas para o bem da humanidade, portanto o produto final seria igualmente dividido entre os grupos participantes.
A forma de publicar também deveria ser seriamente alterada. Na minha visão “bossa-nova” existiriam apenas três jornais, de livre acesso, funcionando como uma dinâmica forma de blog. A submissão dos trabalhos é uma só, direta. Manteria a revisão por pares, mas abriria o processo para deixá-lo mais transparente. Além disso, incluiria comentários da comunidade em geral. A diferença entre publicar no jornal X em relação ao jornal Y seria apenas de caráter classificatório: trabalhos que descrevem um novo fenômeno (exploratórios), aqueles que propõe uma nova teoria baseando-se em alguns dados e trabalhos que provem uma hipótese (mecanisticos). A própria comunidade cientifica se encarregaria de julgar qual a classificação dos trabalhos através de votos online. Essa classificação ajudaria os outros cientistas (que não são necessariamente daquela área), a julgar como os resultados publicados permitiram a avançar o conhecimento.
Acabaria de vez com a estabilidade do pesquisador em universidades ou institutos de pesquisa públicos, fazendo com que o processo seja o mais meritocrático possível. Além disso, dividiria os pesquisadores em categorias como administrador, executor e teórico. Todos teriam o mesmo treinamento, mas escolheriam a carreira a seguir basendo-se naquilo que gostam mais de fazer. Hoje em dia, a maioria dos pesquisadores fazem tudo junto, não necessariamente da melhor forma possível. A última categoria seria a de professor, encarregados de passar o conhecimento e não necessariamente gerá-lo. Sei que todo tipo de classificação é, de certa forma lúdico, e portanto não imagino que essas classes sejam rígidas, mas flexíveis, mutáveis. Poderíamos até dispor de um serviço rotacional.
Outra parte que eu alteraria seria o financiamento para pesquisas. Acho que todo pesquisador que começa deveria receber um “startup” rico o suficiente para deixá-lo independente por um certo período. Depois disso, o volume de financiamento para determinado grupo ou pesquisador seria modulado em relação a produtividade. Já sei, alguém vai dizer que produção é difícil de se julgar. Concordo que seja difícil, mas não podemos esquecer que conhecemos apenas no esquema atual. Ao eliminarmos a perfumaria dos jornais (impacto, nome, grupo editorial, etc) conseguiríamos ter uma visão mais clara da contribuição do pesquisador, pois estaríamos julgando qualidade do conhecimento gerado.
Enfim, é
impossível criar um modelo de ciência novo o suficiente que deixe de lado todos
os problemas anteriores. Também é impossível criar o modelo ideal. Mas o
exercício de imaginar um mundo cientifico mais eficiente, pode incitar
discussões interessantes entre gerações
de cientistas que tem o poder de fazer alterações significativas no sistema.
FONTE:
G1
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
ESCLARECIMENTO
O intuito de nosso Comunicado foi o de alertar a todos aqueles que fizeram “download” da integra da Cartilha "Autismo - Uma Realidade" a partir de um site de notícias, que essa publicação se deu de maneira não autorizada e, portanto, ilegal.
De fato, nossa assessoria de imprensa havia enviado o material em comento para alguns jornalistas, para que conhecessem o projeto, que deverá ser oficialmente lançado em breve. Inadvertidamente, o site de notícias publicou o conteúdo total da obra, cujos direitos autorais foram adquiridos pela A&R.
No momento certo, a A&R disponibilizará a Cartilha "Autismo - Uma Realidade" para download, a exemplo de todos os materiais informativos publicados no Site A&R.
Aqui vale ressaltar: nosso objetivo primordial é a disseminação de informações sobre o autismo. Aliás, foi pensando nisso que encomendamos ao cartunista Ziraldo esta Cartilha. Ocorre que estamos negociando com patrocinadores a impressão de milhares de exemplares para distribuição gratuita junto à rede regular de ensino. O vazamento de seu conteúdo e a viral circulação que se iniciou a partir da ilegal publicação, antes mesmo da assinatura dos contratos de patrocínio, prejudicam sobremaneira nossas tratativas.
Assim sendo, solicitamos a todos aqueles que replicaram as imagens da Cartilha "Autismo - Uma Realidade", mormente em blogs, sites e rede sociais, evidentemente desconhecendo que não havia autorização para sua publicação, que por ora suspendam sua veiculação, até o momento de seu lançamento oficial e disponibilização no site da A&R.
Agradecemos a atenção.
São Paulo, 07 de Novembro de 2013
Alessandra Camargo Ferraz
Diretora Jurídica
AUTISMO & REALIDADE - Associação de Estudos e Apoio
www.autismoerealidade.org
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Psicopatologia do Desenvolvimento
Bernardo Barahona Corrêa * |
Aquando da organização do simpósio “Psicopatologia
do Desenvolvimento” no Congresso
Nacional de Psiquiatria, as ideias sobre os conteúdos a abordar rapidamente se
condensaram em torno de duas patologias: Perturbações do Espectro do Autismo
(PEA) e Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA).
Tratando-se, evidentemente, de síndromes totalmente
distintos na gravidade das suas manifestações clínicas e no grau de
incapacidade de que se revestem, estas duas patologias não deixam ainda assim
de ter muito em comum. Ambas são fenótipos com início na infância e ambas se
prolongam até à idade adulta. Em ambas a comorbilidade é a regra e não a exceção.
Em ambas o diagnóstico correto pode ser difícil, sobretudo nos casos que apenas
na idade adulta chegam à atenção médica.
Com efeito, a metamorfose da psicopatologia ao
longo do desenvolvimento e a comorbilidade neuropsiquiátrica quase universal
colocam o adulto com PEA ou com PHDA não diagnosticadas em risco de não
diagnóstico, de omissão de tratamentos eficazes, ou de exposição a tratamentos
desnecessários ou mesmo nocivos.
Este risco é multiplicado pela flagrante ausência
deste grupo de patologias no típico percurso de formação do psiquiatra de
adultos, exclusivamente centrada nas perturbações mentais comuns e nos grandes
síndromes psicopatológicos da psiquiatria hospitalar. Em nenhuma outra
patologia o risco de erro de diagnóstico e de tratamento desnecessário ou
errado será porventura tão elevado como nas PEA.
Não raramente vemos adultos com PEA não
diagnosticadas receber um diagnóstico de psicose esquizomorfa sem qualquer
fundamente que não a bizarria do quadro clínico. Por outro lado, os sintomas
psicóticos podem complicar o quadro psicopatológico das PEA, frequentemente na
presença de comorbilidades neurológicas como a epilepsia.
No que respeita à PHDA, a subtileza da apresentação
no adulto, a crescente popularidade do conceito de PHDA do adulto - sem a
correspondente formação da maioria dos psiquiatras - e ainda a facilidade de
prescrição de estimulantes têm como resultado um elevadíssimo risco de sub e sobre
diagnóstico, com prescrição de estimulantes a quem não precisa, e diagnósticos
desadequados ou redutores a quem poderia beneficiar daquela forma de
tratamento.
Este foi um dos temas em debate no Congresso
Nacional da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental.
* Membro da direção da Sociedade Portuguesa de
Psiquiatria e Saúde Mental
FONTE:
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
FOTOGALERIA Autismo: há uma felicidade guardada para todos os doentes (PORTUGAL)
A estruturação das rotinas é fundamental para que
os autistas evoluam
Miguel é um dos casos mais curiosos da instituição: percebe tudo porque
lhe dizem em português mas só fala em inglês.
Não se sabe ao certo quantas pessoas têm a doença em Portugal
Perturbações do espectro do
autismo (PEA) afetam o comportamento
do indivíduo e a sua capacidade de
do indivíduo e a sua capacidade de
comunicar e sociabilizar
O autismo não tem cura. É uma doença genética, não necessariamente hereditária
O Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) da AMA abriu há cerca
de meio ano
de meio ano
Na nova sede da AMA, que vai
começar a ser construída em 2014,
vai haver um lar-residência para adultos com autismo
vai haver um lar-residência para adultos com autismo
Em muitos casos, as PEA estão associadas a outros problemas, como
déficit cognitivo ou epilepsia
déficit cognitivo ou epilepsia
A comunicação básica é uma das grandes dificuldades dos autistas
A AMA foi criada por um grupo de pais de Viana do Castelo
Os comportamentos repetitivos são frequentes nos autistas e funcionam
como um calmante para eles
como um calmante para eles
A estruturação das rotinas é fundamental para que os autistas evoluam
Os adultos com autismo são acompanhados no
Centro de Atividades Ocupacionais da
Associação de Amigos do Autismo (AMA)
Centro de Atividades Ocupacionais da
Associação de Amigos do Autismo (AMA)
O transporte dos utentes é feito por uma das quatro empresas associadas da
AMA
AMA
Ir ao supermercado é uma das atividades semanais e funciona como um
“treino de autonomia”
“treino de autonomia”
A Associação de Amigos do Autismo tem sede em Viana do Castelo e em 2013
vai abrir filial no Porto
vai abrir filial no Porto
Nas saídas da instituição, cada utente é sempre acompanhado por, pelo menos, um técnico |
Uma das poucas certezas que
existe sobre autismo é que quanto precoce for o diagnóstico mais eficaz pode
ser a intervenção. E que quanto mais eficaz for a intervenção mais capacidades
podem desenvolver os doentes. No Centro de Atividades Ocupacionais da
Associação de Amigos do Autismo, em Viana do Castelo, entra-se nessa batalha
todos os dias pelos doentes mais difíceis: os adultos. Mesmo quando há pouco a
fazer há um lema que nunca cai: todos podem ser felizes à sua maneira.
FONTE:
NELSON GARRIDO E MARIANA CORREIA PINTO
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Leitora comenta artigo sobre tratamentos para o autismo
Veridiana Scarpelli/Folha de São Paulo |
Parabenizo a Folha pela publicação do texto
"Análise do Comportamento e Autismo", escrito por Daniel del Rey e
colegas.
Em torno de 400 estudos publicados em periódicos da
área (como o "Journal of Applied Behavior Analysis", por ex, ) sobre
os graves comportamentos auto-lesivos em autistas, revelam que procedimentos
"consequence-based "ou "behavior oriented", ou seja, em
Análise do Comportamento (ABA) foram eficazes em reduzir tais comportamentos e
em ensinar comportamentos alternativos funcionais.
Os tratamentos baseados em ABA, por sua eficácia
comprovada, foram escolhidos como o tratamento indicado pelo US Surgeon General
e endossados por muitas associações renomadas, como a Academia Americana de
Pediatria. Nos Estados Unidos existem leis federais que exigem Terapia ABA para
que o tratamento ao autismo possa ser financiado pelos cofres públicos.
MARIA MARTHA
COSTA HÜBNER, 58, é Livre Docente da USP, representante internacional da
Association for Behavior Analysis International (ABAI) e sócia plena da
Associação Brasileira de Análise do Comportamento (ACBr).
FONTE:
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Comportamento de uma criança autista estampa obra de escritora americana
Recém-lançado no Brasil, o livro "Passarinha"
traz
a história de Caitlin,
10 anos, autista e portadora da Síndrome de Asperger
Foto: Divulgação / Divulgação |
Kathryn Erskine é uma escritora americana da literatura
infantil que já ganhou vários prêmios com seus romances.
Sua nova obra,
Passarinha, que acaba de ser lançada no Brasil durante a Bienal do Livro, no
Rio de Janeiro, traz a história de Caitlin, 10 anos, autista e portadora da
Síndrome de Asperger. A personagem perde o irmão em uma tragédia.
Com a morte do familiar, se vai a ponte com o
mundo, já que ele era seu tradutor da realidade. Ela precisa se virar sozinha,
porque o pai fica devastado.
Apesar de ter escrito uma ficção, a autora — que
tem uma filha autista de 16 anos — baseou-se em extensa pesquisa científica
sobre o tema.
Na entrevista a seguir, saiba um pouco mais sobre o
que passa na cabeça de uma criança com autismo, e entenda melhor seu
comportamento.
Vida — O seu livro chamou a atenção da crítica por
tratar de um tema pouco comum na literatura de forma sensível e ilustrada. Qual
foi a sua intenção com essa publicação?
Kathryn Erskine — Minha esperança é que os leitores
possam entender melhor o espectro do autismo. Estando dentro da cabeça dela,
eles podem ter uma ideia de como é ter autismo de alto funcionamento. Eu
acredito que quando entendemos algo, então nós somos muito mais tolerantes e se
sentir mais à vontade, porque a situação não é mais tão estranho.
Vida — Nas primeiras páginas do livro, percebe-se
que você trata do autismo no contexto familiar. Como a família pode ajudar um
filho ou irmão que tenha autismo?
Kathryn — A família é o primeiro sistema de suporte
da criança. A família conhece ele ou ela melhor que ninguém. Toda a família
pode ajudar, os pais e irmãos, bem como tias, tios, avós, etc. A família é um
lugar seguro para a criança estar, especialmente após o dia na escola, que é
bastante desgastante. Pense em ter que conduzir uma situação durante todo o dia
que você não entende. Isso é o que se sente uma criança com autismo.
Compreensão e ajuda são importantes, mas também as regras e ordem são
importantes. Isso ajuda a tornar uma criança com autismo se sentir segura e ser
capaz de prever o que vai acontecer, o que é de particular interesse para essas
crianças. Há tanta coisa em seu mundo que fica fora de controle que os limites
e previsibilidade são muito importantes.
Vida — O que todos deveriam saber sobre como lidar
com esta doença?
Kathryn — Realmente, aprender tanto quanto puder e
ter paciência. Também ser direto ajuda muito. Se a criança faz algo e você quer
que ela pare, então você fala "eu gostaria que você não fizesse isso"
ou "eu preferia que você fizesse aquilo" não tem muito significado.
Você pode pedir a eles que parem, e talvez explicar por que é importante parar
e claramente o que deveriam fazer.
Vida — Em que você se inspirou para escrever esse
livro?
Kathryn — Desde que minha filha está no espectro do
autismo, embora o dela é muito leve, eu entendo como isso pode ser frustrante -
tanto para a pessoa com autismo e aqueles que lidam com essa pessoa. Eu queria
compartilhar isso com os outros na esperança de que eles possam entender e ter
um tempo mais fácil se comunicar. Então, muitas pessoas já me disseram que eles
agora entendem o seu primo ou aluno ou amigo muito melhor agora. Isso é muito
gratificante.
Vida — Quais os desafios para um autista na
educação? Ser professor de uma pessoa com essa doença requer esforços
adicionais dos professores?
Kathryn — Sim, exige um esforço adicional porque
você tem que entender a criança e antecipar as suas reações. Interrupções na
rotina muitas vezes são difíceis para as crianças com autismo, assim como
barulhos e luzes, e multidões ou empurra-empurra, assim, por exemplo, se a sua
escola está tendo uma evacuação de fogo, é uma boa ideia para deixar a criança
saber antes do tempo ou levar a criança fora da escola antes dos outros
evacuar. Quanto mais o professor sabe sobre como a criança lida com o estresse
e como acalmá-lo, ou evitar a reação, melhor. Como com qualquer criança, pode
ser um trabalho duro, mas as recompensas são grandes.
FONTE:
Lara Ely
lara.ely@zerohora.com.br
domingo, 27 de outubro de 2013
Seminário sobre autismo em Campo Grande - MS.
Promovido pela AMA; palestrantes: Drª Maria Eulina Quilião, Dr. Rodrigo Abdo, Drª Andreia Weimann; Drª Maria José Maldonado; Drª Ana Paula Martins dos Santos; Vera Lúcia Gomes (Educação/MS); Adriana Aparecida Burato Marques Buytendorp (Educação/Município); Sílvia Tavares Farina (Instituto Educap/UNOPAR); Janete Bakargy( Associação Espaço Vida Ativa - EVA);Heloísa Bruna Grubits (UCDB); Maria Auxiliadora Marques( Sapiens Pesquisas Psicossociais); Tarcísia Maria Marques Lopes (UFMS); Jorge David (AMA); Mirian Dantas Osório (Educação/Estado); Psicopedagoga Lidiane Goettert.
ATENÇÃO: PROFISSIONAIS, ACADÊMICOS E FAMILIARES QUE TENHAM INTERESSE EM AMPLIAR OS CONHECIMENTOS SOBRE AUTISMO:
2º SEMINÁRIO SOBRE AUTISMO, DIAS 07 e 08 DE NOVEMBRO DE 2013, EM CAMPO GRANDE, NO AUDITÓRIO DA SEMED.
INSCRIÇÕES PELO FONE: (67) 3026-7015 e E-MAIL: ama.inscricoes@gmail.com
(terá certificado)
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Análise do comportamento e autismo
Daniel Del Rey, Denise Vilas Boas e João
Ilo
Veridiana Scarpelli |
Em artigo publicado nesta seção, a presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Nilde
Jacob Parada Franch ("Autismo e psicanálise", 13/9), referiu-se à
abordagem da psicologia comportamental para o tratamento de autismo de forma
simplista e equivocada.
No passado, o autismo foi visto como
resultado de problemas emocionais e o tratamento recomendado era a genérica
psicoterapia.
Com o avanço das neurociências, da
genética e da própria psicologia, passou a ser compreendido como um problema de
desenvolvimento. Referência mundial para a psiquiatria, o DSM (Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) corrobora esse entendimento.
O foco das intervenções passou então a
ser educacional, visando a desenvolver e aprimorar habilidades e repertórios
necessários para o bem-estar e a inserção social do autista.
Foi nesse cenário que a tecnologia de
ensino e de aprendizagem compreendida na ABA (análise comportamental aplicada)
se sobressaiu e se tornou o tratamento privilegiado para pessoas com quadro do
espectro autista. Isso se deve ao fato de a ABA historicamente ter se mostrado
eficaz, e não pela propaganda de supostos benefícios.
Os "rituais autísticos"
mencionados por Nilde Franch, convém esclarecer, podem ter, em alguns casos,
função de esquiva social, conforme ela mencionou. Mas, na maioria das vezes,
decorrem da sensibilidade alterada do autista a estímulos ambientais,
dificuldade de integração sensorial e ausência ou deficit acentuado de
repertórios comportamentais básicos, como expressão verbal e aspectos
paralinguísticos (expressões faciais, entonação da fala...).
O estereótipo da psicologia
comportamental como um método baseado em repetição e recompensa não passa de
desconhecimento.
A análise do comportamento não é um
método, mas uma abordagem científica que examina a interação do sujeito com o
seu entorno. Sua tecnologia de intervenção é efetiva porque articula um
referencial teórico-conceitual sólido e dados empíricos robustos. Os métodos
são embasados em estudos --atendimento em consultório e acompanhamento
terapêutico no ambiente em que o cliente vive possibilitam a identificação de
suas necessidades e o seu desenvolvimento.
Basta consultar o banco de dados de
periódicos como o "Jaba" (Jornal da Análise Comportamental Aplicada,
na sigla em inglês) e os mais de 200 artigos sobre o autismo ali publicados
para se conhecer os avanços científicos obtidos na área.
Uma intervenção comportamental bem planejada
tem de incluir o desenvolvimento de linguagem funcional, ensino de habilidades
sociais, organização de rotina e estabelecimento de metas acadêmicas.
Não é simplismo desenvolver
pré-requisitos para se alcançar essas metas e para extinguir comportamentos
autolesivos e estereotipados. Desses pré-requisitos dependem também o bem-estar
do cliente e a possibilidade de um futuro com independência, produtividade
acadêmica e equilíbrio emocional.
Autismo é um transtorno grave que, se
não for cuidado adequada e precocemente, comprometerá aspectos básicos para a
sobrevivência e qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com o problema.
Seu tratamento exige a participação de equipes interdisciplinares envolvendo
psicólogos comportamentais especializados, médicos, fonoaudiólogos e terapeutas
ocupacionais.
A preocupação com a eficácia do
tratamento é legítima. Famílias, órgãos governamentais e a sociedade precisam
estar cientes dos riscos que despender tempo e recursos com propostas sem
eficácia comprovada cientificamente representam. Tratamento inadequado pode
resultar em consequências devastadoras para o desenvolvimento social, acadêmico
e afetivo do autista.
DANIEL DEL REY, 31, psicólogo, é
mestre em análise do comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP)
DENISE VILAS BOAS, 36, doutoranda
em análise do comportamento pela PUC-SP, é vice-presidente da Associação
Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental
JOÃO ILO, 48, doutor em ciência
do comportamento pela Universidade Federal do Pará, é presidente da mesma
associação
Projeto investe em condomínio voltado para adultos autistas
Nos EUA, residência a ser lançada visa
inspirar uma
“vida com propósito”
FOTO: Winni Wintermeyer/The New York Times
Uma das casas que fazem parte do condomínio na Califórnia A-G Comunidade.
No Sweetwater Spectrum, uma residência
para 16 adultos autistas,
há diversas atividades, algumas no saguão social
SONOMA, EUA.
Eis uma verdade sobre
crianças com autismo: elas crescem e se tornam adultos com autismo. Defensores
estimam que ao longo da próxima década, 500 mil desses indivíduos se tornarão
adultos nos Estados Unidos.
Ninguém pode afirmar com certeza o que a
vida adulta lhes reserva. Para começar, onde eles vão morar e trabalhar? Um
estudo de 2008 da Easter Seals descobriu que 79% dos adultos jovens com
distúrbios do espectro do autismo continuam a residir com os pais. A maioria
deles nunca procurou emprego.
Mesmo assim, a expectativa de vida dos
autistas é mais ou menos igual à média. Então, crianças com autismo não podem
ficar em casa para sempre.
Essa percepção – tão óbvia quanto
preocupante – despertou recentemente uma reação de pesquisadores, arquitetos e,
especialmente, dos pais. Em 2009, duas acadêmicas, Kim Steele e Sherry
Ahrentzen, colaboraram em “Propostas de habitação para todo o espectro”,
diretriz abrangente para projetar casas para adultos autistas; um livro mais
detalhado sobre o tema deve ser lançado no ano que vem.
O primeiro avanço dentro deste modelo
pode ser o Sweetwater Spectrum, residência para 16 adultos cujas capacidades e
deficiências abrangem todo o espectro autista. O projeto inovador de US$ 10,4
milhões (R$ 22,7 milhões) foi inaugurado em janeiro no centro da região
vinífera da Califórnia; as famílias fundadoras e a diretoria esperam torná-lo
um modelo para experimentos similares pelos EUA.
A dupla de acadêmicas citou uma lista de
projetos habitacionais novos ou futuros. Uma das iniciativas mais promissoras é
o Airmount Woods, Ramsey, em Nova Jersey, que vai receber moradores em
novembro.
Cotidiano.
É fácil planejar um dia
agradável em Sweetwater.
Comece a manhã com 30 minutos no aparelho elíptico na
sala de ginástica. Para o café, ovos frescos do galinheiro na cozinha
comunitária. Depois, semear um canteiro de sementes de tomate na enorme estufa,
treinar arremessos na cesta de basquete ao ar livre. E se for sexta-feira, por
que não dar uma passadinha na noite de atividades no saguão social?
Tais comodidades são fundamentais para o
empreendimento, afirmou a CEO e diretora executiva do Sweetwater, Deirdre
Sheerin, 53. Segundo ela, a imagem pública de ter autismo é a de letargia e
isolamento social. Pense em alguém “sentado em uma poltrona com videogame,
comendo coisas estranhas”. Em contrapartida, tudo a respeito do Sweetwater
existe para inspirar uma “vida com propósito”.
Custos.
Para começar, os moradores
escolheram se mudar para lá, e também escolheram com quem dividir a casa. De
forma similar, as famílias contratam seu próprio atendimento, seja auxílio 24
horas ou ajuda casual. Segundo Deirdre, de certa forma, o Sweetwater é um
locador glorificado: todo inquilino assina um contrato de aluguel de 12 meses,
pagando aluguel de US$ 650 (R$ 1.430)e taxa de associação, no valor de US$
2.600 (R$ 5.730), mensais.
A declaração da missão do Sweetwater
alinha princípios ambiciosos. Os moradores vão poder envelhecer ali. A
comunidade deveria “acomodar uma ampla gama do espectro financeiro”,
subsidiando a moradia de um quarto dos inquilinos. E os atendentes (que não são
empregados do condomínio) deveriam receber incentivos para formar relações de
tratamento estáveis e de longo prazo.
“Você escuta sobre organizações
planejando essas coisas, mas demora até as fontes de financiamento funcionar”
FONTE:
MICHAEL
TORTORELLO
THE
NEW YORK TIMES
Sherry Ahrentzen
colaboradora
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