sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Análise do comportamento e autismo

Daniel Del Rey, Denise Vilas Boas e João Ilo  
  Veridiana Scarpelli    

Em artigo publicado nesta seção, a  presidente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Nilde Jacob Parada Franch ("Autismo e psicanálise", 13/9), referiu-se à abordagem da psicologia comportamental para o tratamento de autismo de forma simplista e equivocada.
No passado, o autismo foi visto como resultado de problemas emocionais e o tratamento recomendado era a genérica psicoterapia.
Com o avanço das neurociências, da genética e da própria psicologia, passou a ser compreendido como um problema de desenvolvimento. Referência mundial para a psiquiatria, o DSM (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) corrobora esse entendimento.
O foco das intervenções passou então a ser educacional, visando a desenvolver e aprimorar habilidades e repertórios necessários para o bem-estar e a inserção social do autista.
Foi nesse cenário que a tecnologia de ensino e de aprendizagem compreendida na ABA (análise comportamental aplicada) se sobressaiu e se tornou o tratamento privilegiado para pessoas com quadro do espectro autista. Isso se deve ao fato de a ABA historicamente ter se mostrado eficaz, e não pela propaganda de supostos benefícios.
Os "rituais autísticos" mencionados por Nilde Franch, convém esclarecer, podem ter, em alguns casos, função de esquiva social, conforme ela mencionou. Mas, na maioria das vezes, decorrem da sensibilidade alterada do autista a estímulos ambientais, dificuldade de integração sensorial e ausência ou deficit acentuado de repertórios comportamentais básicos, como expressão verbal e aspectos paralinguísticos (expressões faciais, entonação da fala...).
O estereótipo da psicologia comportamental como um método baseado em repetição e recompensa não passa de desconhecimento.
A análise do comportamento não é um método, mas uma abordagem científica que examina a interação do sujeito com o seu entorno. Sua tecnologia de intervenção é efetiva porque articula um referencial teórico-conceitual sólido e dados empíricos robustos. Os métodos são embasados em estudos --atendimento em consultório e acompanhamento terapêutico no ambiente em que o cliente vive possibilitam a identificação de suas necessidades e o seu desenvolvimento.
Basta consultar o banco de dados de periódicos como o "Jaba" (Jornal da Análise Comportamental Aplicada, na sigla em inglês) e os mais de 200 artigos sobre o autismo ali publicados para se conhecer os avanços científicos obtidos na área.
   Uma intervenção comportamental bem planejada tem de incluir o desenvolvimento de linguagem funcional, ensino de habilidades sociais, organização de rotina e estabelecimento de metas acadêmicas.
Não é simplismo desenvolver pré-requisitos para se alcançar essas metas e para extinguir comportamentos autolesivos e estereotipados. Desses pré-requisitos dependem também o bem-estar do cliente e a possibilidade de um futuro com independência, produtividade acadêmica e equilíbrio emocional.
Autismo é um transtorno grave que, se não for cuidado adequada e precocemente, comprometerá aspectos básicos para a sobrevivência e qualidade de vida das pessoas diagnosticadas com o problema. Seu tratamento exige a participação de equipes interdisciplinares envolvendo psicólogos comportamentais especializados, médicos, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
A preocupação com a eficácia do tratamento é legítima. Famílias, órgãos governamentais e a sociedade precisam estar cientes dos riscos que despender tempo e recursos com propostas sem eficácia comprovada cientificamente representam. Tratamento inadequado pode resultar em consequências devastadoras para o desenvolvimento social, acadêmico e afetivo do autista.

DANIEL DEL REY, 31, psicólogo, é mestre em análise do comportamento pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
DENISE VILAS BOAS, 36, doutoranda em análise do comportamento pela PUC-SP, é vice-presidente da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental

JOÃO ILO, 48, doutor em ciência do comportamento pela Universidade Federal do Pará, é presidente da mesma associação

Projeto investe em condomínio voltado para adultos autistas

Nos EUA, residência a ser lançada visa inspirar uma 
“vida com propósito”
 FOTO: Winni Wintermeyer/The New York Times
 Uma das casas que fazem parte do condomínio na Califórnia A-G Comunidade.

No Sweetwater Spectrum, uma residência para 16 adultos autistas, 
há diversas atividades, algumas no saguão social

SONOMA, EUA.

Eis uma verdade sobre crianças com autismo: elas crescem e se tornam adultos com autismo. Defensores estimam que ao longo da próxima década, 500 mil desses indivíduos se tornarão adultos nos Estados Unidos.
Ninguém pode afirmar com certeza o que a vida adulta lhes reserva. Para começar, onde eles vão morar e trabalhar? Um estudo de 2008 da Easter Seals descobriu que 79% dos adultos jovens com distúrbios do espectro do autismo continuam a residir com os pais. A maioria deles nunca procurou emprego.
Mesmo assim, a expectativa de vida dos autistas é mais ou menos igual à média. Então, crianças com autismo não podem ficar em casa para sempre.
Essa percepção – tão óbvia quanto preocupante – despertou recentemente uma reação de pesquisadores, arquitetos e, especialmente, dos pais. Em 2009, duas acadêmicas, Kim Steele e Sherry Ahrentzen, colaboraram em “Propostas de habitação para todo o espectro”, diretriz abrangente para projetar casas para adultos autistas; um livro mais detalhado sobre o tema deve ser lançado no ano que vem.
O primeiro avanço dentro deste modelo pode ser o Sweetwater Spectrum, residência para 16 adultos cujas capacidades e deficiências abrangem todo o espectro autista. O projeto inovador de US$ 10,4 milhões (R$ 22,7 milhões) foi inaugurado em janeiro no centro da região vinífera da Califórnia; as famílias fundadoras e a diretoria esperam torná-lo um modelo para experimentos similares pelos EUA.
A dupla de acadêmicas citou uma lista de projetos habitacionais novos ou futuros. Uma das iniciativas mais promissoras é o Airmount Woods, Ramsey, em Nova Jersey, que vai receber moradores em novembro.
Cotidiano. 
É fácil planejar um dia agradável em Sweetwater. 
Comece a manhã com 30 minutos no aparelho elíptico na sala de ginástica. Para o café, ovos frescos do galinheiro na cozinha comunitária. Depois, semear um canteiro de sementes de tomate na enorme estufa, treinar arremessos na cesta de basquete ao ar livre. E se for sexta-feira, por que não dar uma passadinha na noite de atividades no saguão social?
Tais comodidades são fundamentais para o empreendimento, afirmou a CEO e diretora executiva do Sweetwater, Deirdre Sheerin, 53. Segundo ela, a imagem pública de ter autismo é a de letargia e isolamento social. Pense em alguém “sentado em uma poltrona com videogame, comendo coisas estranhas”. Em contrapartida, tudo a respeito do Sweetwater existe para inspirar uma “vida com propósito”.
Custos. 
Para começar, os moradores escolheram se mudar para lá, e também escolheram com quem dividir a casa. De forma similar, as famílias contratam seu próprio atendimento, seja auxílio 24 horas ou ajuda casual. Segundo Deirdre, de certa forma, o Sweetwater é um locador glorificado: todo inquilino assina um contrato de aluguel de 12 meses, pagando aluguel de US$ 650 (R$ 1.430)e taxa de associação, no valor de US$ 2.600 (R$ 5.730), mensais.
A declaração da missão do Sweetwater alinha princípios ambiciosos. Os moradores vão poder envelhecer ali. A comunidade deveria “acomodar uma ampla gama do espectro financeiro”, subsidiando a moradia de um quarto dos inquilinos. E os atendentes (que não são empregados do condomínio) deveriam receber incentivos para formar relações de tratamento estáveis e de longo prazo.
“Você escuta sobre organizações planejando essas coisas, mas demora até as fontes de financiamento funcionar”


FONTE:
MICHAEL TORTORELLO
THE NEW YORK TIMES
Sherry Ahrentzen

colaboradora

sábado, 19 de outubro de 2013

Número de meninas com autismo pode ser maior do que o estimado

Pesquisadores acreditam que meninos, por serem mais propensos a 'problemas comportamentais', vão ao médico com maior frequência para serem avaliados. Consequentemente, têm mais chances de receber o diagnóstico
Autismo: Diagnóstico do transtorno é quatro vezes mais frequente entre meninos do que meninas
(Thinkstock)
O autismo é um distúrbio quatro vezes mais prevalente no sexo masculino do que no feminino – é o que apontam os estudos epidemiológicos sobre o assunto. Os especialistas no assunto ainda não sabem ao certo o motivo dessa diferença, mas acreditam que ela pode ser explicada pelo fator genético. Um time de pesquisadores australianos, porém, acredita que é mais difícil fazer o diagnóstico de autismo em meninas do que nos meninos. Por esse motivo, talvez existam muitas jovens autistas sem o diagnóstico do distúrbio.
“Os meninos costumam ter mais problemas de comportamento, como hiperatividade, do que as meninas, então eles são levados ao médico para serem avaliados com mais frequência do que elas”, diz Tamara May, pesquisadora da Universidade Monash, na Austrália, e coordenadora de um estudo sobre o assunto.
Estudo mostra como alterações genéticas podem levar ao autismo
Autismo ganha contornos de epidemia nos EUA

A pesquisa de Tamara, publicada na edição deste mês do periódico Journal of Autism and Developmental Disorders, analisou 56 crianças de 7 a 12 anos diagnosticadas com autismo e outras 44 crianças da mesma idade que não tinham o distúrbio.
O estudo não encontrou, entre as crianças autistas de ambos os sexos, diferenças significativas nos sintomas relacionados à condição. No entanto, os autores observaram que os meninos são mais propensos do que as meninas a apresentar outros distúrbios comportamentais não específicos do autismo, como a hiperatividade. E, consequentemente, são levados com mais frequência a consultas com médico ou psicólogo. "Trata-se de problemas comportamentais que os pais observam e dizem: ‘Tem algo de errado com essa criança, vamos levá-la a um psicólogo ou médico para ela ser avaliada'", diz Tamara.
Autismo: pesquisas encontram relação entre mutação de três 
determinados genes e o distúrbio 
(ThinkStock)
Leia também: Conheça seis fatores que podem causar autismo
Ou seja, embora o quadro de autismo seja semelhante entre meninos e meninas, o estudo concluiu que garotos têm mais problemas de comportamento que facilitam o contato com um especialista e o diagnóstico correto.
FONTE:
Google/


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Inclusão de crianças autistas em escolas regulares é possível, mas é preciso preparação de todos para o convívio

       São Paulo – Especialistas no atendimento a crianças autistas defendem que a inclusão dos pequenos em uma escola regular é possível, mas alertam para a necessidade de que os professores, os parentes e os colegas de classe estejam preparados para o convívio.
“[Sem isso] O professor sofre, os outros alunos sofrem porque não entendem e, quando fazem alguma brincadeira, são repreendidos sem terem sido orientados. Os familiares e principalmente os autistas sofrem”, ressalta a psicomotricista Eliana Rodrigues Boralli Mota.
Segundo Eliana, que fundou a Associação dos Amigos da Criança Autista (Auma) há 25 anos, a família sofre tanto ou mais do que a própria criança. Por isso, acredita ser importante criar um ambiente de integração. “Tudo aí fora é preconceito. Até mesmo o atendimento médico é difícil, porque até convênios se recusam a receber autistas como dependentes. A falta de conhecimento também provoca isso”, disse Eliana, que organizou hoje (17) a festa em comemoração ao Dia da Criança, que é celebrado tradicionalmente no dia 12 de outubro.
“Por mais que se diga que não, em uma escola comum, o autista e a família passam por preconceitos, porque são diferentes. Aqui [na Auma], eu me encontrei e o Renan teve um grande progresso. Por isso eu continuo até hoje”, conta a dona de casa Carla Cruz Costa de Souza, mãe de Renan, de 17 anos. Quando ela conheceu a associação, o filho tinha menos de 5 anos de idade, quando foi diagnosticado com autismo. Antes, o garoto havia estudado em escolas regulares.
Cerca de 40 crianças e adolescentes participaram da confraternização, na sede da entidade, em Santana, bairro da zona norte paulistana. As atividades foram preparadas com o objetivo de socializar os alunos em um ambiente seguro, mas com as mesmas características de uma festa comum.
Alzenira Pompeo da Rosa, mãe de uma menina de 15 anos, ressaltou que a integração entre os pais é interessante para a troca de experiências, apesar de cada criança com autismo ser diferente da outra. “O comportamento muda de um para o outro. E é importante convivermos com outros pais para termos experiência”. 
Ela disse que só descobriu o autismo quando a garota tinha 11 anos, e que há um ano frequenta a Auma. Segundo Alzenira, o progresso da filha foi grande no período. Para ela, é importante que ocorram festas na associação porque os alunos se identificam com as pessoas e acabam se soltando mais. “É o mundo deles, com crianças iguais. Em outras festas, eles não ficam à vontade", observou Alzenira.


FONTE:
Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil



Autismo e a sociedade

          Nas últimas semanas observei que foram vinculadas diversas reportagens acerca da atriz americana Daryl Hannah, 
que atuou em filmes como Kill Bill. 
A mesma afirmou em entrevistas que tem autismo e 
que por causa dele, 
se afastou da vida em Hollywood e de seu trabalho como atriz.


(VEJA REVELAÇÃO AO FINAL DA MATÉRIA)

A atriz afirmou que nunca se sentiu confortável em ser o centro das atenções, que ela sempre se sentiu
Foto Google
muito mal com isso, apesar de conseguir, com sucesso, administrar a carreira durante muito tempo. Ela ainda disse que hoje tem conhecimento de coisas que facilitam a sua vida, que vinte anos atrás não tinha.
Daryl Hannah ainda contou que ela nunca disse que tinha autismo para as pessoas e produtores em Hollywood, isso porque, temia que não fosse escolhida para fazer comerciais, programas de TV ou filmes.
As declarações da atriz reacendem uma discussão: o quanto nossa sociedade está, ou não, preparada e adaptada para lidar com as pessoas diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista? O quanto nossa ignorância acerca do transtorno dificulta uma tentativa de ter uma vida “normal” para os autistas?
Levando em consideração o que foi dito por Daryl Hannah, a nossa sociedade como um todo, ainda dificulta, e muito, a vida das pessoas com autismo. E isso pode ser observado em nosso dia-a-dia, quando as escolas regulares não estão preparadas para receber uma criança com o transtorno, por exemplo.
E mais, quando os pais encontram profissionais de saúde despreparados na hora de cuidarem de seus filhos. Quando falta política pública para assistir as famílias que não tem condições de pagar por tratamento, quando pouco se fala sobre o transtorno, pois só a informação pode tirar as pessoas da ignorância a cerca do mesmo.
Ao olharmos a história de Hannah, podemos constatar que os autistas são capazes de fazer as mesmas coisas que qualquer outra pessoa que não tem o transtorno, apenas de forma diferente. Pois, se ela conseguiu manter uma carreira de sucesso em Hollywood, mesmo com todas as adversidades, por mais de vinte anos, imagina quando tivermos uma sociedade mais justa, no sentido de mais adaptada aos autistas, o que eles não poderão fazer?
Penso, e gostaria que todo mundo pensasse assim também, que não é o autista que tem que se adaptar ao mundo, e sim, o mundo que tem que se adaptar ao autista e isso é inclusão. Como os autistas, existe no mundo uma diversidade de modos diferentes de existir e de enxergar o mundo, e não podemos nos fixar naquilo que foi convencional dizer que era o “normal”.
Já está mais do que provado que por mais que uma pessoa seja diagnosticada com o Transtorno de Espectro Autista isso não quer dizer que ela não será capaz de ter uma boa vida. Para alguns autistas isso requer uma pouco mais de trabalho, mas não quer dizer que eles tenham que ser marginalizados ou que tenham que esconder que tem autismo, como fez Daryl Hannah.

Por Camila Gadelha
Fonte:http://www.christianpost.com/news/daryl-hannah-reveals-autism-disorder-i-wasted-so-much-time-scared-insecure-105395/

DARYL HANNAH REVELA COMO é VIVER COM AUTISMO 

Daryl Hannah revela como é viver com autismo, doença que lhe foi diagnosticada em criança.
Pela primeira vez, a atriz de «Splash a Sereia» assume que sofreu de uma «timidez debilitante», resultante da sua condição de autista, durante a infância.
A revelação foi feita à revista People, à qual Daryl explicou que perdeu «muito tempo com medo, autoconsciente e insegura».
Os médicos que a acompanharam em criança sugeriram à mãe da atriz que a internasse numa instituição especializada, mas ela recusou. Em vez disso, permitiu que a filha se mudasse para Los Angeles quando fez 17 anos, o que deu início ao seu percurso de sucesso como atriz.


Apesar de se sentir agora confortável a falar do problema, Daryl viveu durante muito tempo «apavorada» só de pensar em revelar a doença: «Nunca me senti bem a ser o centro das atenções. Foi uma coisa que sempre me assustou.»


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Menino autista de 14 anos faz mestrado em física quântica

Foto: Reprodução
         O jovem autista Jacob Barnett surpreendeu a todos com a sua impressionante habilidade. 
Com apenas 14 anos, ele já estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais ganhadores de futuros prêmios Nobel.
      
     Tudo isso também é surpreendente para a mãe de Jacob, KristineBarnett, que há dez anos escutou dos médicos que ele não iria conseguir nem amarrar os sapatos sozinho, quando o diagnosticaram com autismo (Síndrome de Asperger, uma variação do autismo) aos 2 anos de idade.
      
     Mas as coisas aconteceram de modo bem diferente já que Jacob desenvolveu teorias sobre astrofísica aos 9 anos e com 11 entrou na universidade, onde faz pesquisas avançadas em física quântica.
      
      Com uma trajetória impressionante, a mãe de Jacob resolveu escrever o livro "The Spark" (em tradução livre, A Faísca) para relatar todo o aprendizado constante que é lidar com um filho que, segundo especialistas, possui um Q.I 189, maior que o de Einstein =)
       
     Assista abaixo Jacob falando sobre as suas conquistas: (Em inglês)

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FONTE:
Márcia Garbin


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Autismo atinge uma a cada 50 crianças, mas ainda é mistério

Observação dos ‘sinais de alarme’ pode 

ajudar a identificar casos


Frequente, porém ainda pouco conhecido. Apesar de uma em cada 50 crianças ser portadora de autismo – segundo dados divulgados este ano pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), nos Estados Unidos –, o transtorno ainda ocupa um enorme desafio não só para a comunidade científica, mas para a população em geral. Recentemente, o assunto ganhou repercussão nacional como um dos temas abordados na novela global “Amor à Vida”, cuja personagem autista Linda é interpretada pela atriz Bruna Linzmeyer.
O autismo é, na verdade, um termo utilizado para descrever um grupo de transtornos de desenvolvimento do cérebro, conhecido como “Transtornos do Espectro Autista”, explica a psicóloga Patrícia Batista Leitão. Segundo ela, a probabilidade de incidência nos meninos é quatro vezes maior que nas meninas.
 “Há várias formas de manifestação, inclusive com comprometimentos mais leves ou mais severos. Porém, as causas ainda são desconhecidas, apesar de sabermos que são genéticas e ambientais, mas ainda não se sabe exatamente quais os genes envolvidos”, afirma.
Além disso, não existe um exame específico para detectar o autismo, o que dificulta bastante o diagnóstico.

Izabella Ramos, 37, tem dois filhos, Samuel, 7, e Danilo, 5, ambos diagnosticados com o transtorno, após muitas tentativas. “Passamos por diferentes pediatras e neurologistas até conseguir ter o fechamento. Hoje eles fazem acompanhamento com vários profissionais, mas independentemente do método, o mais importante são os três ‘as’: amor, aceitação e afetividade”, ensina a mãe.
Segundo Patrícia, antes mesmo dos 10 meses de vida já é possível observar sinais que podem indicar o transtorno. “A criança que não dorme bem, não gosta de ficar no colo, não olha para os adultos quando brinca, não aponta, merece uma atenção maior”, enumera.

Estímulos. Apesar de não ter cura, o autismo pode ser minimizado a ponto de todos os sintomas sumirem, ou seja, os déficits do portador são compensados – o que os médicos chamam de “perder o diagnóstico de autismo”.

FONTE:
LITZA MATTOS

"O amor é o principal tratamento", diz mãe de filhos autistas

  Gabriel e Miguel Souza, de 7 e 5 anos, são autistas não-verbais.Mãe de dois filhos especiais diz como aprendeu a lidar com o autismo.

Gabriel e Miguel foram diagnosticados com autismo clássico e não-verbal
(Foto: Reprodução/TV Acre)
Inquietos, alegres e muito curiosos. Os irmãos Miguel, de 5 anos, e Gabriel Souza, 7, foram diagnosticados com autismo clássico e não-verbal, ou seja, eles não falam. Apesar de serem crianças especiais, que requerem maior cuidado e atenção, os pais garantem que têm filhos felizes e que o melhor tratamento para quem possui autismo é o amor.
"O que nunca faltou com nossos filhos foi o amor. A gente acredita que é o melhor tratamento", diz a mãe dos meninos, a funcionária pública Rosy Sousa. Ela confessa que no inicio não foi fácil descobrir que tinha dois filhos autistas. "Foi muito difícil, mas a gente procurou ser pais muito maduros", garante.
Atualmente, os pais procuram lidar com a situação de maneira natural. "Quando a gente está em locais públicos, eu percebo que algumas pessoas começam a notar diferença neles. E antes que perguntem eu já digo 'olha, eles são autistas'. Olham com aquela olhar de pena. E a gente diz que é muito tranquilo. Para a gente, está tudo bem", afirma.
Os dois garotos adoram brincar e são muito ativos e inteligentes. Miguel gosta de tecnologia e informática. Acessa jogos, músicas e aplicativos com facilidade em qualquer tablet e celular.  Gabriel têm tendência para ser músico e arrisca algumas músicas no teclado.
"Eles se divertem como qualquer criança. Sentem vontade de passear, de sair, gostam de um parquinho. Nada com muito tumulto, nada muito cheio, mas é uma rotina normal como qualquer criança", diz a mãe.
Qualquer tipo de interação dos garotos é motivo de comemoração para a família. Para conseguir entrar no mundo particular dos dois  é preciso trabalhar a rotina. A mãe sabe disso, mas, para ela, o que realmente importa é tratar os filhos com amor e carinho.
 "Alguns pais ficam admirados com a forma que a gente trata, mas a gente procura tratar como criança. Eles são especiais porque são crianças e porque tem uma deficiência chamada autismo", conclui.


FONTE:
Colaborou Junia Vasconcelos, da Tv Acre.




sexta-feira, 11 de outubro de 2013

SEM DISCRIMINAÇÃO: Autista tem isenção fiscal ao comprar carro para terceiro dirigir

Embora a legislação estadual restrinja a isenção de ICMS e IPVA aos veículos adaptados aos deficientes físicos, a proteção das pessoas com deficiência não se limita somente a esta hipótese, podendo englobar os que apresentam limitação mental, como os autistas. Assim, pelo postulado da isonomia, o benefício pode se estender aos casos em que o veículo precisa ser conduzido por terceiro.
O entendimento foi firmado no dia 4 de outubro pelo 1º Grupo Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, ao rejeitar Embargos Infringentes opostos contra Apelação que concedeu, por maioria, isenção destes tributos a um autista de Pelotas.
Inconformado com a decisão, o estado do Rio Grande do Sul ajuizou Embargos para alegar, mais uma vez, que o benefício não alcança aqueles que necessitam de terceiros para conduzir o veículo. Afinal, a interpretação das regras de isenção tributária deve ser restritiva. Assim, pediu a prevalência do voto minoritário, que lhe foi favorável, do juiz convocado Heleno Tregnago Saraiva.
O relator dos Embargos Infringentes, desembargador Carlos Roberto Lofego Canibal, afirmou no acórdão que a regra de isenção abarca a hipótese dos autos. A seu ver, a isenção é para os deficientes, sendo o tipo de deficiência ou a necessidade de adaptação veículo irrelevantes para o aplicador do Direito. Neste sentido, indicou precedentes da corte.
Postulado da isonomia
Para Canibal, a norma não pode desigualar os contribuintes com a mesma capacidade contributiva em razão da sua deficiência (mental ou física, parcial ou total). Tal postura contraria o postulado da isonomia, previsto na Constituição.
‘‘Outrossim, a argumentação no sentido de que o veículo servirá ‘de fato’ a outra pessoa que não o portador da deficiência não procede. Primeiro, porque se trata de uma questão óbvia (pois o deficiente sequer poderia dirigir). Segundo, porque necessita ele de cuidados especiais, o que inclui deslocamentos com o veículo em questão (dirigido por outra pessoa, obviamente)’’, complementou o relator. Finalizando o voto, disse que o fato de eventualmente o veículo servir para outra pessoa não passa de alegação situada no ‘‘plano das cogitações meramente aleatórias’’.

ACÓRDÃO DE APELAÇÃO:

ACÓRDÃO DOS EMBARGOS INFRINGENTES


FONTE:
Jomar Martins






quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Autismo: O diagnóstico que mudou a família Kappaun

          Patologia é identificada através de uma série de sintomas e pode ser de grau leve até moderado
Foto: Rodrigo Assmann
Em uma quinta-feira à noite Rafael Kappaun, de 6 anos, pega o notebook dos pais e aciona os seus desenhos preferidos para se entreter na companhia dos personagens. 
O que parece uma atividade comum, se torna singular pelo fato dele, em contagiante agitação, assistir a algumas cenas repetidas vezes e dividir este tempo entre abraços e beijos compartilhados com os pais e o irmão Mateus, de 3 anos. 
Com pouca fala, a criança, diagnosticada há 3 anos com autismo, tem uma percepção diferente do mundo que a cerca. 
Entretanto, normalmente entende o que se passa no ambiente.
Conforme o neuropediatra Cristiano Freire, a doença é um problema de comportamento marcado por diferentes características, como dificuldade na socialização, atos motores repetitivos, contato visual pobre, brincadeiras pouco criativas, além da constante dependência dos pais. No entanto, por ser tratar de uma patologia de grande amplitude, o transtorno não pode ser generalizado.
Freire afirma que o autismo é diagnosticado através de uma série de sintomas dentro do espectro – identificação da doença pelo grau leve até o moderado. Este reconhecimento da patologia é realizado através de observação direta do comportamento da criança e também de uma entrevista com os responsáveis, como foi o caso de Rafael, que recebeu a análise de autismo de nível leve a moderado.
Os primeiros sinais começaram a ser observados quando o menino, aos dois anos, interrompeu os pequenos traços de fala que já desenvolvia. “Algumas pessoas ao nosso redor falavam que era normal, que ele iria falar mais tarde. Mas por pura falta de informação e também por termos um pouco de receio acabamos adiando as consultas”, confessa o pai, Cassiano Kappaun.
ACEITAÇÃO
Ao descobrir o diagnóstico de Rafael, a mãe, Tatiana, já esperava outro bebê. Ela e o pai contam que passaram por momentos difíceis até compreenderem o que é o autismo. “Passamos pela fase da negação, nos afastamos por um tempo de amigos e familiares, mas todos esses momentos nos tornaram pessoas melhores”, conta a auxiliar administrativa. Ainda, segundo os pais, os princípios de vida que permeiam a família hoje são totalmente diferentes. “O Rafa trouxe e nos traz a cada dia experiências que nos fazem dar valor a determinadas coisas que antigamente não eram importantes. A vida tem outro sentido e por isso aproveitamos o presente e também cada momento juntos”.
Para a família de um autista o desafio é entender as reações da criança. De acordo com o neuropediatra Freire, a mudança na rotina é algo que desestabiliza o portador da doença. No lar Kappaun, o fato pode ser percebido quando a família vai viajar no fim de semana ou quando apenas muda o trajeto para levar o filho à escola. Por este motivo, segundo o pai, é importante que, mesmo a alteração sendo imperceptível, tudo seja explicado a Rafael. “Se um dia ele vem pra casa e o mano Mateus ainda não chegou, a gente explica que ele vai chegar mais tarde. Já em outra situação, se vamos passear no Centro por puro lazer e entramos em uma loja, explicamos antes o motivo”.
Estas explanações ocorrem, pois a linguagem oral ainda não é a forma que o menino utiliza para se expressar. “Muitas vezes não explicávamos as coisas, mas ele compreende praticamente tudo que é dito, e isso foi um aprendizado tanto para nós, como para os demais familiares, amigos e os profissionais que atendem o Rafael", argumentam os pais.
Além das atividades realizadas ao lado dos familiares, durante a semana Rafael assume inúmeros compromissos. Ele cursa o 1° ano do ensino fundamental durante a manhã, e à tarde se dedica às ações propostas pela escolinha que frequenta. Aliado ao ensino, ele também participa de equoterapia, natação, sessões semanais com fonoaudiólogas e consultas com pediatra e neuropediatra.
TRATAMENTO
Conforme Freire, não existe uma medicação para o tratamento do autismo. O que a ciência utiliza são remédios para determinados sintomas como hiperatividade, desatenção ou insônia. Já os métodos empregados para desenvolver as habilidades da criança são as terapias comportamentais. Porém, para que elas de fato tenham eficácia, é preciso que o terapeuta conheça muito bem o paciente.
“O benefício das terapias é fortalecer o círculo afetivo da criança, acostumá-las às rotinas e incentivar suas qualidades. Não adianta exigir algo que ela não será capaz de fazer. Caso isso aconteça, é grande o risco dela se sentir incomodada", explica o médico. Freire afirma ainda que o constante contato com os pais também é imprescindível para o sucesso do tratamento. No caso de Rafael, o trabalho multidisciplinar tem oferecido resultados positivos, já que todos os profissionais trocam experiências e juntos definem estratégias para o desenvolvimento do paciente.
Mas e quanto ao futuro? Uma questão que em alguns momentos tira o sono dos pais se refere aos próximos anos da vida do filho. Como lidar com o transtorno, cujas implicações preocupam a família, mas, ao mesmo tempo, confortam pela relação carinhosa que se consolida com o passar dos anos? “Procuramos viver um dia de cada vez. A gente quer que ele seja o mais independente possível e feliz do seu jeito. Até lá, vamos lutar muito pela sua saúde, desenvolvimento e dar muito amor e carinho, pois para nós esses são os melhores remédios”, afirmam os pais.
MOVIMENTO PELO AUTISMO
Com o intuito de disseminar o conceito do transtorno comportamental em Santa Cruz do Sul, Cassiano e Tatiana criaram, com o apoio de outros familiares, a Luz Azul - Associação Pró-Autismo de Santa Cruz do Sul. Criada há dois anos após algumas mateadas pelo Centro da cidade, o projeto possui hoje 30 associados entre pais, responsáveis e profissionais ligados ao autismo das cidades de Santa Cruz do Sul, Rio Pardo e Vera Cruz.
As reuniões do grupo são realizadas todos os segundos sábados do mês e funcionam como uma terapia e troca de informações para auxiliar os que têm a missão de cuidar de autistas. As reuniões são abertas à comunidade e acontecem na sala 208 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

Contatos podem ser feitos pelos telefones: 99048007 Cassiano / 99048004 Tatiana / Hugo 97862529 / Neca 85278810 ou pelo e-mail: luzazul.autismo@gmail.com.

FONTE:
NATANY BORGES

natany.borges@gaz.com.br

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Pesquisadoras amazonenses apresentam software educativo para crianças autistas

         O software vai auxiliar no processo de alfabetização infantil e facilitar o dia a dia de crianças com síndrome do autismo. O público interessado terá acesso ao programa a partir de janeiro, quando será disponibilizado gratuitamente na internet
Pesquisadoras amazonenses criaram um dispositivo para tablets e notebooks que vai auxiliar no processo de alfabetização infantil e facilitar o dia a dia de crianças com síndrome do autismo. Trata-se do software educativo para crianças autistas: Lina Educa.
A ferramenta é fruto de um trabalho de pesquisa para a conclusão do curso de Designer Gráfico desenvolvido pela então acadêmica, Alice Neves Gomes dos Santos, sob a orientação da professora do curso de Design da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Claudete Barbosa Ruschival.
Após a conclusão do curso, as pesquisadoras tiveram o trabalho publicado. Desde então não pararam mais de receber email de pesquisadores, educadores e pais interessados em adquirir o software.
“A grande procura nos motivou a dar continuidade à pesquisa e passamos a  buscar fontes de financiamento para o desenvolvimento do software. Essa oportunidade foi possível graças a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa Estadual de Atenção à Pessoa Com Deficiência – Viver Melhor/ Edital de Apoio à Pesquisa para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (Viver Melhor/Pró-Assistir)”, disse a  coordenadora do projeto.
Proposta
O Lina Educa é um software que propõe ajudar no desenvolvimento da capacidade intelectual da criança, criando noções de organização para que ela possa se habituar a uma rotina diária e educacional. Tem como principal objetivo oferecer ao educador e aos pais um suporte para o auxílio à educação especial de crianças portadoras do Transtorno do Espectro Autista.
O projeto já foi finalizado e o seu resultado foi apresentado ao público na manhã desta segunda-feira (30) no Auditório Rio Javari da Faculdade de Tecnologia da Ufam.
O público interessado terá acesso ao programa a partir de janeiro, quando será disponibilizado gratuitamente na internet.
Para o secretário executivo adjunto da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti/AM) Eduardo Taveira, o Programa Pró-Assitir/Viver Melhor foi desenhado com a proposta de apoiar pesquisadores e inventores que tivessem uma boa ideia e que essa ideia pudesse  contribuir  com o desenvolvimento de produtos para melhorar a vida de pessoas portadoras de alguma deficiência.
Taveira ressaltou, ainda, que o Lina Educa, assim como outros  11 projetos que estão em fase de conclusão com o apoio do Pró-Assitir/ Viver Melhor,  fará parte de um catálogo  para a divulgação dos produtos.
Estiveram presentes ao evento professores, pesquisadores, estudantes e representantes de instituições voltadas para o apoio ao autista.
Sobre o Pró-Assitir/Viver Melhor
A iniciativa apoia projetos de pesquisa que visem ao desenvolvimento de produto ou protótipo de produto de tecnologia assistiva para promoção da funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, objetivando a sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
FONTE:
ROSA DOVAL (AGÊNCIA FAPEAM)

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Inovação ou Invencionice: Jaqueta para crianças com autismo infla e produz o mesmo efeito do abraço

Produto desenvolvido nos Estados Unidos pode ser controlado à distância pelos pais

     A T.Jacket é uma jaqueta bem diferente, que acrescenta tecnologia com roupas - uma tendência que ganha cada vez mais espaço no mundo e pode alterar sensivelmente a maneira como vamos nos vestir no futuro. 
       A jaqueta é feita para crianças com autismo e pode ser controlada à distância pelos pais. Ela tem bolsas que inflam com ar com a intenção de simular abraços e, dessa forma, acalmar os pequenos sem o contato com humanos. 
      O produto é baseado na 'deep pressure theory', que sugere que a pressão pode acalmar crianças com autismo ou déficit de atenção que não conseguem, por isso mesmo, processar informações sensoriais na mesma velocidade - ou com a mesma eficiência - que seus coleguinhas sem o problema. 
     As bolsas estão localizadas na cintura e ombros da jaqueta e podem ser infladas de maneira remota pelos pais por meio de um aplicativo instalado em seus smartphones. 
      A ideia é produzir a mesma sensação de um abraço. 
      O vídeo abaixo mostra um desenho que simula o funcionamento do produto.




 

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Autismo: Estímulo da fala não é agradável para crianças autistas, diz estudo

Trabalho mostra que conexão fraca entre o córtex auditivo e regiões responsáveis pelo sistema de recompensa no cérebro faz com que crianças com autismo não se sintam motivadas a trocar informações

As crianças com autismo apresentam dificuldades em estabelecer relações sociais (Thinkstock)
 CONHEÇA A PESQUISA

 Título original: Underconnectivity between voice-selective cortex and reward circuitry in children with autism
 Onde foi divulgada: periódico PNAS
 Quem fez: Daniel A. Abrams, Charles J. Lynch, Katherine M. Cheng, Jennifer Phillips, Kaustubh Supekar,  Srikanth Ryali, Lucina Q. Uddin, e Vinod Menon
 Instituição: Universidade de Stanford, EUA
 Dados de amostragem: 20 crianças com autismo e 19 crianças que não sofrem com o distúrbio

Resultado: Os pesquisadores descobriram que a fraca conexão entre o córtex auditivo e estruturas responsáveis pelo sistema dopaminérgico no cérebro das crianças autistas pode fazer com que elas não considerem o estímulo da fala como agradável

Um estudo publicado nesta segunda-feira no PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, pode ajudar a esclarecer os motivos que levam as crianças autistas a desenvolverem problemas relacionados à linguagem. Segundo o trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, a fraca conexão entre o córtex auditivo – parte responsável por processar sons – e os centros de recompensa no cérebro das crianças com autismo faz com que elas não reconheçam o estímulo da fala como agradável, dificultando o aprendizado.

Para chegar à conclusão, os cientistas compararam resultados de ressonâncias magnéticas feitas em dois grupos de crianças: um formado por meninos e meninas autistas e outro composto por jovens sem o distúrbio. Analisando uma região cerebral específica, o sulco temporal posterior superior, que é ativado ao ouvir a voz, os pesquisadores descobriram que, nos autistas, a conexão entre essa área e algumas estruturas ligadas ao sistema dopaminérgico (o sistema de recompensa do cérebro) é extremamente frágil.

Assim, diferentemente do que acontece no cérebro das crianças com desenvolvimento normal, ao reconhecer o estímulo da fala, as crianças com autismo não têm seus sistemas de recompensa ativados. Isso faz com que elas não sintam motivação e prazer na troca de informações, nos relacionamentos e na linguagem.

De acordo com o psiquiatra Estevão Vadasz, coordenador do PROTEA (Programa de Transtornos do Espectro Autista do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo), para os autistas "todo processamento de informações gera um desprazer, pois o recebimento de estímulos por qualquer um dos sentidos é uma espécie de tsunami, extremamente caótico", afirma.

FONTE:
VEJA SAÚDE


Polêmica em Amor à Vida: Autista Linda terá um romance com Rafael

 Em Amor à Vida, Walcyr Carrasco tentou abordar o autismo através da personagem Linda (Bruna Linzmeyer). É uma pena que a história ficou um pouco perdida em meio a tantas outras confusões da novela…
Mas Linda ganhará mais destaque nos próximos capítulos, segundo o Extra. A jovem terá um envolvimento amoroso com o advogado Rafael (Rainer Cadete).

Estreante no horário nobre, Rainer conta como será essa história de amor:
- As pessoas estão cobrando um amor para Rafael e para Linda, e eles vão viver uma coisa pura. Os dois estão criando um vínculo maior, mais do que amizade.
Por mais interessante que possa parecer, acho que Walcyr terá que tomar muito cuidado nessa abordagem. Afinal, até que ponto uma jovem autista pode ter um relacionamento amoroso? Será que é válido mostrar isso na novela?
Dê sua opinião! Vocês acham que é possível que Linda possa se apaixonar por Rafael?

FONTE:
29 de setembro de 2013
Divulgação, TV Globo
 Michele Vaz Pradella

domingo, 29 de setembro de 2013

APELO HUMANITÁRIO

        Excelentíssima Senhora Presidenta da República.
     No dia 27 de dezembro de 2012 a presidência da República sancionou e promulgou a LEI 12.764, que instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, estabelecendo e garantindo as diretrizes para sua consecução. 
     A partir daquele dia, mais e dois milhões de pessoas na condição do Transtorno do Espectro Autista, em todo o Brasil, ainda padecem pela falta do seu Decreto que Regulamente a referida lei.
     Continuamos acreditando, que assim como à senhora promulgou a lei 12.764/12, proporcionando a esperança de melhores condições de vida para milhões de brasileiros naquela condição, pode também determinar a sua regulamentação, antes que ela complete o seu primeiro aniversário, para que como mãe compreensiva à situação, ajude a evitar que nossos filhos sofram mais do que o inevitável.
    Nilton Salvador
    Pai de autista
    http://autismovivenciasautisticas.blogspot.com.br